Quatro diretores do órgão já tiveram afastamento publicado no Diário Oficial da União. Aliados do senador, no entanto, apostam em reviravolta. Exonerações são assinadas por indicado do deputado Macêdo no órgão
Um dos mais próximos aliados do presidente em exercício Michel Temer (PMDB), o senador Eunício Oliveira (PMDB) teve uma série de aliados exonerados ontem de diretorias do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs). Portaria com quatro exonerações, já publicada no Diário Oficial da União, é assinada por Antônio Iran Costa Magalhães, diretor-geral do Dnocs indicado pelo deputado federal Macêdo (PP).
Apesar disso, aliados de Eunício, que preferem não se identificar, têm afirmado que as exonerações ocorreram à revelia do comando do Ministério da Integração Nacional e serão revertidas nos próximos dias. Até a noite de ontem, não existiam manifestações ou justificativas oficiais pra as mudanças, com uma série de deputados e servidores se dizendo “surpresos” com a ação.
Ao todo, foram exonerados os diretores José Berlan Silva Cabral (Coordenação de Estudos e Projetos), José Felipe Américo Cordeiro (Coordenador de Obras da Diretoria de Infraestrutura Hídrica), Paulo César Lopes Barsi (Coordenador de Recursos Logísticos) e José Alan Kardec Souza de Araújo.
Nos bastidores, uma das teses levantadas seria a da disputa eleitoral entre Eunício, da oposição no Ceará, e Macêdo, próximo de ala do PP aliada do governador Camilo Santana (PT) e do prefeito Roberto Cláudio (PDT). Estaria em jogo a disputa de Fortaleza e de Cascavel, onde Macêdo deve apoiar candidato.
A tese, no entanto, é contestada por deputados federais. “Seria muito estranho, disputar com um senador do PMDB por cargo federal, em um momento como esse”, disse um parlamentar da base aliada de Camilo
Dnocs
Um dos mais importantes órgãos do governo federal no Nordeste, o Dnocs virou “moeda de troca” importante para negociações eleitorais na região. Em ano de eleição municipal, o departamento ganha “peso extra” pela importância de suas ações no interior do Estado.
Deputado com atuação próxima do órgão e de seus servidores, Chico Lopes (PCdoB) disse desconhecer as mudanças feitas no Dnocs. Ele destacou, no entanto, que as pautas do órgão deveriam estar mais próximas das reivindicações dos servidores de carreira do órgão.
“Dnocs precisa é urgentemente de um novo concurso, e não de exoneração”, disse.
O POVO tentou entrar em contato com Eunício Oliveira e com Macêdo durante a noite de ontem. Até o fechamento desta página, no entanto, não obteve resposta de ambos os parlamentares.
Saiba mais
Aliado de Macêdo, Antônio Iran Costa Magalhães foi nomeado para o Dnocs em abril deste ano, poucos dias antes da votação do impeachment de Dilma Rousseff na Câmara Federal.
A nomeação ocorreu também logo após o PMDB desembarcar oficialmente do governo petista. Na época, a presidente investiu no PP de Macêdo como “alternativa” ao peemedebismo em sua base de sustentação.
Antonio ficou no lugar de Walter Gomes de Souza, que era indicado do PMDB pelo ex-ministro do Turismo Henrique Eduardo Alves.
Outras pastas e órgãos tiveram suas gerências trocadas. Diversas diretorias do Banco do Nordeste (BNB), por exemplo, foram substituídas nos últimos dias de Dilma Rousseff. Todas, no entanto, ainda não foram alteradas pelo governo interino de Temer.
Outra mudança impactante foi a exoneração de Rogério Abdalla da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), da bancada do PMDB do Senado.
Fonte: http://www.opovo.com.br/
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