Turista Italiana: Exame de DNA de uruguaios é aguardado por investigadores

Mirian França permanece presa, recolhida à Delegacia de Capturas e Polinter (Decap), em Fortaleza; liberação ainda não foi avaliada FOTO: JOSÉ LEOMAR
Mirian França permanece presa, recolhida à Delegacia de Capturas e Polinter (Decap), em Fortaleza; liberação ainda não foi avaliada
FOTO: JOSÉ LEOMAR
A Polícia aguarda o resultado do exame de DNA feito em um casal de turistas do Uruguai que esteve com a italiana Gaia Molinari, 29, antes dela ser encontrada morta, no último dia 25. A até então suspeita do crime, a doutoranda carioca Mirian França, continua presa, recolhida à Delegacia de Capturas e Polinter (Decap). De acordo com informações dos servidores da Vara Única de Jijoca de Jericoacoara, o pedido de revogação da prisão da pesquisadora carioca está sendo apreciado, mas não há um prazo para que a decisão sobre a soltura seja proferida. Segundo informações do defensor público do Estado, Émerson Castelo Branco, da comissão do Núcleo de Atendimento ao Preso Provisório (NUAPP), que defende Mirian França, o grupo tem conhecimento do casal de turistas de nacionalidade uruguaia que foi conduzido à Delegacia de Proteção ao Turista (Deprotur), na Praia de Iracema. “O exame de DNA demora 15 dias. Foi colhida a saliva deles, um casal de namorados, para comparar com parte de um material genético que foi encontrado no corpo de Gaia. Estamos a par de tudo. Inclusive, que o casal sofreu ilegalidades por parte da Polícia”, explicou. Em nota, a Polícia Civil do Ceará informou que o casal de turistas estrangeiros foi conduzido à Deprotur, na condição de testemunha, assim como várias outras pessoas. A instituição também confirmou que os dois prestaram depoimento, se colocaram à disposição para coleta de material genético, mas depois de ouvidos foram liberados. O casal já se encontra no Uruguai. Durante os últimos 14 dias de trabalho, a Deprotur tem estudado diversas linhas de investigação que, segundo a delegada Patrícia Bezerra informou, vem se afinando. Crime de latrocínio (roubo seguido de morte) foi descartado, mas ainda existe a hipótese de crime passional, além de outra vertente, não informada. Investigação
Corpo de Gaia Molinari também permanece em Fortaleza, embalsamado, alojado em uma funerária, aguardando documentação para ser enviado à Itália
Corpo de Gaia Molinari também permanece em Fortaleza, embalsamado, alojado em uma funerária, aguardando documentação para ser enviado à Itália
No dia 25 de dezembro Gaia Molinari foi encontrada morta na Praia de Jericoacoara, em uma localidade conhecida como Serrote, que é caminho para a Pedra Furada, um dos principais pontos turísticos de Jericoacoara. A italiana havia estado hospedada na pousada Nova Era, em Jericoacoara, com a turista do Rio de Janeiro Mirian França. No dia 26 de dezembro, 24 horas após o crime, a doutoranda carioca foi localizada na Praia de Canoa Quebrada e encaminhada à Deprotur, onde prestou depoimento, inicialmente, como testemunha. Mirian teria tentado induzir a Polícia a uma linha de investigação e apontado um possível suspeito, segundo a delegada Patrícia Bezerra. Dois dias após o crime, a Polícia Militar encaminhou o primeiro suspeito do caso à Deprotur. O homem foi apontado como o autor do crime, por meio de denúncias de populares. O coronel Júlio Aquino, responsável pelo Comando de Policiamento do Interior (CPI) Norte, levou o homem, nativo de Jericoacoara, para prestar depoimento e realizar exames em Fortaleza. No entanto, nenhuma pista que levasse a crer que ele seria o autor do delito foi encontrada e o homem foi liberado. Para o oficial da PM, foi importante a realização dos exames pois havia o risco de linchamento por parte da população. Em meio às apurações, surgiu a informação de que um turista era investigado. Na primeira coletiva de imprensa realizada pela Deprotur, foi informado que um representante da Polícia italiana estaria acompanhando o caso, junto da Polícia Civil, e que o vice-consulado da Itália em Fortaleza cuidava do embalsamamento e do traslado do corpo de Gaia Molinari, que ainda está em uma funerária de Fortaleza, no aguardo da documentação necessária para obter o passaporte mortuário. No dia 29 de dezembro houve uma reviravolta no caso e a Polícia Civil representou a prisão temporária de Mirian França. O juiz da comarca de Jijoca de Jericoacoara entendeu a necessidade da prisão da turista, que ia embarcar para o Rio de Janeiro. O laudo inicial da turista italiana apontou asfixia por estrangulamento e um segundo laudo atestou que não havia sêmen no corpo de Gaia, porém o resultado não descarta a hipótese de crime sexual. Os laudos que ainda faltam são o toxicológico; de local de crime; e a perícia dos telefones de Gaia e Mirian. Os documentos devem ser apresentados até o próximo dia 15. Para a mãe de Mirian, Valdicea França, 63, a prisão da carioca teria sido um ato racista. A Defensoria Pública do Estado do Ceará, por sua vez, declarou considerar a prisão de Mirian ilegal. Na última segunda-feira, foi encaminhado o pedido de habeas corpus. De acordo com o defensor público, Émerson Castelo Branco, não há prova da autoria de Mirian no crime. Jéssika Sisnando Especial para Polícia Fonte: Diário do Nordeste
Zeudir Queiroz

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