Três suspeitos de metralhar delegacias são presos em Fortaleza

Dois dos suspeitos foram detidos no Ancuri. Eles estavam em um automóvel Hyundai, modelo HB20, de placas clonada ( FOTO: VC REPÓRTER )
Dois dos suspeitos foram detidos no Ancuri. Eles estavam em um automóvel Hyundai, modelo HB20, de placas clonada ( FOTO: VC REPÓRTER )
Dois homens e uma mulher foram presos suspeitos de participarem dos recentes ataques contra delegacias e veículos do transporte coletivo de Fortaleza e Região Metropolitana, ocorridos entre os últimos dias 2 e 6 de março. Com eles, os policiais apreenderam duas armas de fogo, que podem ter sido utilizadas para metralhar os Distritos Policiais (DPs). O trio foi capturado durante uma operação conjunta das Polícias Civil e Militar, deflagrada no último domingo (6), no bairro do Ancuri e no município de Pacajus. > PM apreende carta ao PCC em veículo clonado
Na casa de Ana Kláudya Fernandes de Oliveira, em Pacajus, a Polícia encontrou armas de fogo
Na casa de Ana Kláudya Fernandes de Oliveira, em Pacajus, a Polícia encontrou armas de fogo
Segundo informações da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), uma abordagem feita por uma patrulha da PM, na Rua Alímpio Cruz, no Ancuri, resultou na interceptação de um automóvel Hyundai, modelo HB20, de placas clonadas. No veículo estavam Francisco Rafael Pereira Almeida, 23, que responde por tráfico de drogas e roubo; e Lucas Pessoa de Almeida, 38, que não tinha antecedentes criminais. Com a detenção deles e as informações prestadas em seus depoimentos, a Polícia chegou ao nome de Ana Kláudya Fernandes de Oliveira, que responde por porte ilegal de arma e seria companheira de um presidiário. Durante a operação, a Polícia esteve na casa da suspeita, em Pacajus, onde foram localizadas uma espingarda calibre 12 e um rifle calibre 44, que teriam sido utilizados nos tiroteios contra as fachadas das delegacias. Sequência Ao todo, cinco delegacias foram metralhadas e oito veículos coletivos incendiados. Um prédio da Secretaria da Justiça e Cidadania (Sejus) também foi alvo de disparos. O coronel Lauro Carlos de Araújo Prado, secretário adjunto da SSPDS, disse que todas as linhas de investigação levantadas no começo da sequência de ataques estão mantidas, no entanto, agora uma prevalece. Segundo o coronel, os ataques foram orquestrados pelo mesmo motivo e teriam correlação. “Pelo que foi apurado, tudo está ligado. As investigações apontam para que o que aconteceu tenha sido em retaliação a confronto entre uma patrulha do Batalhão de Policiamento de Rondas de Ações Intensivas e Ostensivas (BPRaio) e dois adolescentes, que acabou com a morte de um deles”, declarou Prado. A morte citada pelo oficial da PM é a de José Neir Moura Neto, ocorrida no dia 1º de março, no bairro Presidente Kennedy. No dia seguinte, o primeiro ônibus foi incendiado por criminosos, no mesmo bairro. De acordo com Lauro Prado, mesmo existindo uma linha de investigação mais forte, as outras ainda não serão descartadas. “Mesmo que algumas hipóteses não sejam verdadeiras elas não serão descartadas, porque podem nos dar elementos que levem a fatos novos e importantes. Nosso trabalho não foi concluído, vamos continuar as investigações até que todas as pessoas que participaram disto estejam presas”, declarou. No presídio O secretário adjunto da SSPDS disse que tanto Ana Kláudya Oliveira, quanto o adolescente morto no Presidente Kennedy tinham ligações com detentos cearenses. Por conta disto, as investigações se expandiram também para dentro dos presídios e os detentos que já foram identificadas como vinculados aos suspeitos dos ataques também serão ouvidos. Eles poderão até ser considerados suspeitos também, com o avanço das apurações realizadas pela Polícia. “Os presidiários serão, sim, investigados, porque existe a possibilidade de que eles tenham participado. Não existe nada comprovado por enquanto, mas não desprezamos nenhum tipo de informação que possa nos levar a punir pessoas que estejam cometendo atos criminosos no Ceará”, disse o coronel. As investigações foram acompanhadas pelo delegado geral da Polícia Civil, Andrade Júnior. “A Polícia Civil, através da Delegacia de Roubos e Furtos (DRF), tem centralizado as investigações no sentido de identificar todos os autores. Dois que participaram diretamente dos ataques a delegacias já foram presos e conseguimos, inclusive, apreender armas utilizadas em uma das ações. Diminuímos os períodos de folga dos policiais, para fortalecer nosso efetivo. O Sistema de Segurança Pública continuará empenhado, no sentido de prender todos os envolvidos”, afirmou Andrade Júnior. Até o momento 10 pessoas que teriam envolvimento com incêndios dos ônibus ou metralhado os Distritos Policiais foram capturadas pela Polícia, em três diferentes ocorrências, sendo sete adultos e três adolescentes. Fonte: http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/
Zeudir Queiroz

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