Seca reduz nível da água da Lagoa do Banana e afasta frequentadores

Ponto turístico tradicional de Caucaia, a Lagoa do Banana sofre os efeitos da estiagem. A baixa no volume de água reduziu a movimentação no local. Mas há quem goste da calmaria Apenas um jet ski circulando na água, alguns banhistas e entorno calmo. Diferente de épocas anteriores, a movimentação na Lagoa do Banana está reduzida. Mesmo com o sol convidativo e a brisa mansa, poucas pessoas elegeram o tradicional ponto turístico do município de Caucaia para aproveitar a tarde de sábado. Os efeitos da estiagem prolongada, a maior dos últimos 20 anos, começam a ser sentidos também no Litoral do Estado. Segundo Nonato Nascimento, 45, proprietário do restaurante Lagoa Cheia, desde 1983 o volume de água do reservatório não havia estado tão baixo. Antes, era possível brincar nas tirolesas e saltar das pequenas pontes. Agora, a atividade se tornou um risco devido ao pequeno volume. A avaliação do Instituto do Meio Ambiente Municipal de Caucaia (Imap) revela que a baixa na quantidade de água chega a 60%, de acordo com o titular da pasta, o geólogo João Arthur de Carvalho. Para os comerciantes, acostumados com a alta movimentação, resta a preocupação e esperança de dias mais chuvosos. Segundo Ricardo Martins, 45, o período de baixa estação turística foi agravado com a falta de água. “Mas temos expectativa de uma virada no tempo até maio”, salienta. Até as 14 horas, nenhum dos estabelecimentos havia realizado o tradicional passeio de banana boat – inflável em forma de banana, puxado por jet ski e com capacidade para seis pessoas. Para Ricardo, isso reflete a redução na quantidade de frequentadores. “É sábado, horário de almoço, temos sol, mas…”, lamenta. Segundo o presidente do Imap, os problemas causados pela baixa no volume de água não se referem apenas ao turismo ou comércio. “O teor de poluição na lagoa aumenta bastante, pois é o volume de água que dilui os poluentes. Então, na atual situação, fica reduzido o oxigênio para os peixes e outros organismos vivos presentes lá”, explica. Na tentativa de abrandar os impactos da escassez, estão sendo realizadas campanhas educativas para que a população não jogue lixo nas margens. “Se não chover nos próximos meses, a preocupação é grande. Algumas lagoas do município poderiam até secar”, adverte João Arthur. Em Caucaia, outro reservatório com redução considerável no volume foi a Lagoa do Tabapuá, cerca de 35%. Calmaria Mas a redução no fluxo de pessoas não desagradou a todos. De acordo com a estudante Naula Fernandes, 27, é preferível ter a calmaria ao invés da música alta. “Antes, as redes ficavam dentro da água, mas vemos hoje que esta área ficou toda seca”, lembra. Jeferson Bessa, 29, aproveitou a tranquilidade para levar as pequenas Jenifer, de 3 anos, e Lorane, de 1 ano, até a Lagoa do Banana. Para ele, a calmaria é boa, entretanto, “se ficar mais seca será complicado; vai parecer uma piscina e isso nós já temos em casa, não precisaríamos vir aqui”. ENTENDA A NOTÍCIA Não apenas o Sertão sofre com os efeitos da estiagem prolongada. A falta de água tem afetado também o Litoral. Em Caucaia, a famosa Lagoa do Banana teve redução de 60% no volume de água. Situação afastou banhistas. Saiba mais Em Caucaia, existem outras lagoas propícias à visitação. A Lagoa do Banana é, sem dúvidas, a maior e mais famosa. Além de ser localizada entre as dunas da Praia do Cumbuco, conta com passeios de jet ski, caiaque e banana boat. Segundo Natasha Melo, 27, gerente do restaurante Milano, os passeios de jet ski estão sendo controlados. “Por isso, ocorreu uma redução. Só quem está devidamente habilitado pode alugar um dos nossos equipamentos”, afirma. Fonte: O Povo  
Zeudir Queiroz

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