Transferir a água do Açude Orós para o Castanhão, a utilização da barragem Maranguapinho para Maranguape e o aproveitamento do volume morto do Pacajus estão entre as ações planejadas pelo governo do Estado para evitar um impacto maior durante a execução do Plano de Contingenciamento de Fortaleza e Região Metropolitana, que deverá ser divulgado até o próximo dia 29. A informação foi dada pelo titular da Secretaria de Recursos Hídricos do Estado (SRH), Francisco Teixeira, durante reunião do Pacto de Cooperação da Agropecuária Cearense (Agropacto), realizado na manhã de ontem, na sede do sistema Federação da Agricultura e Pecuária do Ceará (Faec) e Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar).
Teixeira adianta que o Plano prevê outras medidas urgentes como distribuição por quotas de 10, 20 e 30% do volume de água; em situações críticas, será adotado regime alternado em duas zonas, permitindo que ambas permaneçam com vazão durante revezamento, ativação ou perfuração de poços em todos os 800 equipamentos públicos existentes na Capital, entre hospitais, escolas, sedes de órgãos, entre outros. “Tudo para evitar mais transtornos para a população”, explica ele.
Teixeira explica que a busca pelo aperfeiçoamento do plano e a inclusão dessas novas medidas, que incluem um projeto de reuso das águas de lavagem dos filtros da Estação de Tratamento do Gavião, motivaram o adiamento do anúncio do pacote que visa a economia de água em Fortaleza e municípios da Região metropolitana, como Caucaia, Eusébio e Maracanaú. “O objetivo é sim reduzir o consumo, mas com menor impacto possível para a população”, afirma o secretário de recursos hídricos.
O plano de racionamento de água e as demandas do Ceará visando ações mitigadoras contra os efeitos da estiagem que já duram cinco anos, foram apresentados ao presidente da República interino, Michel Temer. A intenção foi convencer o chefe do poder executivo nacional da necessidade de mais recursos para que as obras sejam realizadas ou continuadas. “Esclarecemos ao presidente que o Estado irá gastar R$ 30,7 milhões somente com algumas intervenções imprescindíveis para readequar o sistema de abastecimento da Capital e sua Região Metropolitana. Para se ter uma ideia, para o projeto de reuso das águas de lavagem dos filtros da Estação de Tratamento (ETA) do Gavião teremos que desembolsar R$ 3 milhões e outros R$ 4,5 milhões para a adequação dos controles de vazão e pressão das estações de tratamento de água. Por isso, todo o planejamento visa o mínimo efeito no cotidiano das pessoas”, reforça Teixeira.
Sobre os equipamentos públicos que passarão a ter poço profundo, o secretário diz que foi feito um cadastro das as unidades para essa ação. “Os que já possuem poço sem uso, vamos reativá-lo, e os que não têm, a meta é furar e aproveitar bem a água subterrânea”, explica.
Tarifa
O titular da SRH não falou sobre a manutenção da tarifa de contingência, no entanto, a ideia é mantê-la. Aplicada a partir de 19 de dezembro de 2015. A tarifa, que tem o objetivo inibir o consumo indiscriminado de água, previa uma redução de 10% no consumo de água. No primeiro mês de vigência das novas regras, cerca de 70 mil clientes pagaram a taxa extra, o que representa 7% do total de cliente da Cagece em Fortaleza e RMF.
Segundo ele, em 2014,a Capital utilizava cerca de 9,3 milhões de metros cúbicos de água por segundo e, atualmente, diminuiu para 8,3 metros cúbicos por segundo. “Ainda precisamos cortar uso muito mais e isso só se faz com participação da sociedade em geral”, conclama ele.
SAIBA MAIS
Medidas de economia
1. Recondutoramento da Linha de Transmissão da Estação de bombeamento do Castanhão
2. Aproveitamento do Volume Morto do Pacajus
3. Aquisição de dois conjuntos de motobomba reservas para Estação de bombeamento do Pacoti Auxiliar
4. Aproveitamento do Maranguapinho para Maranguape (em negociação com Companhia Siderúrgica do Pecém – CSP)
5. Aproveitamento do Sistema Cauhipe para o Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP) – (em negociação com CSP)
6. Aproveitamento do Aquífero Dunas para o CIPP (em negociação com CSP)
7. Intervenção na estrutura Da tomada d´água do açude Orós para transferência para o Castanhão
8. Instalação de Bombeamento Orós – Lima Campos
Fonte: http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/
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