Pecém leva desenvolvimento para Caucaia e São Gonçalo do Amarante

As áreas litorâneas do entorno do Pecém, como São Gonçalo do Amarante e Caucaia, estão dando demonstração de como ordenar seu desenvolvimento. Até algumas décadas atrás, os dois municípios apresentavam baixos índices de desenvolvimento; hoje, lideram a corrida na atração de investimentos públicos e privados. Tudo isso, por força da indução exercida pelo Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp). Criado em 1996, a zona portuária, situada numa área distante 60 quilômetros de Fortaleza, vem promovendo, a passos largos, seu objetivo, o desenvolvimento de mais um parque industrial do Ceará e do Nordeste. Maior empreendimento – uma siderúrgica – colocará o Ceará, em breve, na era do aço. Com 13.337 hectares, a região do Porto do Pecém encontra-se dividida entre Caucaia, com 7.101 hectares e São Gonçalo do Amarante, com 6.235 hectares. Em menos de duas décadas de implantação, já se notam transformações no perfil econômico dos dois municípios, com a elevação dos preços de seus imóveis, o crescimento da população, o desenvolvimento do comércio e da indústria. Tudo isso vem ocorrendo por etapas, mas a passos acelerados, diante dos atrativos oferecidos pelo porto e sua infraestrutura. O Pecém, hoje, é a área com a maior concentração de obras de infraestrutura no Ceará, consequentemente,com os maiores investimentos no interior do Estado. Porto recente, do ponto de vista operacional, seu crescimento pode ser atestado pelas 451 embarcações que nele operaram durante o ano passado. Hoje, Pecém se destaca entre os dez maiores portos do País, viabilizando suas características de ancoradouro industrial. A previsão indica um volume de cargas da ordem de 60 milhões de toneladas até 2020. A grandeza do Pecém, conquistada em tão pouco tempo, levou a Confederação Nacional da Indústria (CNI) a patrocinar o estudo “Mercado de Trabalho: o desenvolvimento profissional e a região do CIPP”. A pesquisa constatou, no decorrer do ano passado, a falta de mão de obra qualificada por parte de 90% das indústrias ali já instaladas para atuar como operadores de produção. Esse estudo delineou a carência pontual de suas atuais 15 empresas em funcionamento. No Porto, 10 outras estão em fase de montagem, além de um número expressivo de projetos em fase de definição. Nessa linha, a companhia siderúrgica, em implantação, será decisiva para o desenvolvimento do polo metalmecânico previsto para o litoral oeste do Ceará. A dinâmica do Pecém exigirá, muito brevemente, trabalhadores qualificados em todas as profissões, diante da multiplicidade de tarefas e do vasto leque de empresas programadas para o complexo. A presença de engenheiros, técnicos operacionais, especialistas e consultores industriais vem refletindo positivamente na região, de modo especial, nas praias. No litoral de Caucaia estão contribuindo para eliminar os imóveis ociosos das praias, agora ocupados. Ademais, a vocação turística da orla tomou novo impulso, do Pacheco ao Cumbuco, apesar dos estragos realizados pelo avanço do mar. A contenção das ondas dependerá de investimentos maciços, originados no Ministério da Integração, para as obras de enrocamento das praias. O desenvolvimento regional pela via da industrialização eliminou a condição de cidade-dormitório de Caucaia e de Maracanaú. Em breve, essas duas cidades passarão a integrar a lista das mais desenvolvidas, por conta desse complexo industrial. Fonte: Diário do Nordeste
Zeudir Queiroz

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