Depois de mais de duas horas, por volta da meia-noite, a família da estudante com ajuda de amigos conseguiu localizar e encontrar o criminoso no meio da mata com a garota próximo a uma localidade conhecida como Alegre há vários quilômetros de distância de onde ele havia sido raptada. A menina havia sido estuprada e estava em pânico. O criminoso fugiu, apenas de cueca, no meio da mata. Ele abandonou a motocicleta que havia utilizado para praticar o crime e documentos.
Na semana seguinte, no dia 28 de junho de 2018, mais um caso violento assustou os moradores da pequena cidade de Itatira. Segundo um boletim de ocorrência, uma dona de casa dormia apenas com seu filho dentro de casa quando ela teve a residência invadida por um homem. Ele teria quebrado a porta de entrada de sua casa e depois foi até o quarto onde tentou estrupá-la. A mulher gritou e pediu ajuda e o homem fugiu. Nas costas, ficaram as marcas do ataque, e na alma o medo e a vergonha.
Nas vitimas, resta apenas o trauma e o medo. Na mesma semana, no final de junho de 2018, uma familia teve que deixar o municipio com medo de um criminoso. É o caso de uma família da comunidade de Alegre, na zona rural de Itatira, que teve que ir morar em Fortaleza assustada com as ameaças que vinha recebendo por ter denunciado um homem da localidade. Segundo a familia, aos 11 anos de idade, o homem teria estuprado a propria enteada. Fruto do estupro, nasceu uma menina que hoje tem 20 anos de idade e que já é mãe de um menino.
Recentemente, o homem teria estuprado também o menino e foi ai que a família decidiu levar o caso ao conhecimento das autoridades. Um boletim de ocorrência foi registrado, mas o homem continuava solto ameaçando a familia que havia lhe denunciado. Foi então que a familia teve que deixar o municipio e passar a morar em Fortaleza assustada. Uma emissora de TV fez uma reportagem sobre o caso e dias depois o suspeito foi e está a disposição da justiça na cadeia pública do municipio.
Trauma e depressão
As consequências não são as mesmas sempre, mas, em todas as vítimas, segundo especialistas, o estupro deixa marcas profundas. “Toda mulher que passa por uma relação sexual forçada vive um trauma. Ninguém opta pelo estupro. É uma situação de subjugo”, diz uma especialista. As vitimas de estupro em Itatira relatam que o crime deixou inúmeras consequências em suas vidas. Entre elas, fobias, declínio na carreira e na vida social, insônia, flashes do ocorrido, depressão e problemas de relacionamento amoroso.
“Vieram os pesadelos. Já acordei chorando, berrando, tremendo. Adquiri insônia. Hoje em dia, tomo remédios para dormir, mas os pesadelos seguem”, diz uma mulher que foi vitima de estupro em Itatira. “Tinha medo que outros homens me tocassem. Mesmo hoje,me sinto mal só de tocar no assunto; o momento volta à minha cabeça”, diz a mulher.
Acompanhamento psicológico é essencial para vítimas. Segundo especialistas, para isso, o acompanhamento psicológico, o quanto antes, é essencial. Segundo o Ministério da Saúde, o SUS oferece acompanhamento imediato e permanente às vítimas de estupro.
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