Do Passado Glorioso ao Futuro Promissor

A produção de algodão, que já foi símbolo de riqueza e desenvolvimento para o interior do Ceará, está retomando seu papel de destaque na economia regional. Impulsionado por investimentos, tecnologias modernas e programas de incentivo à agricultura familiar, o cultivo da “fibra branca” volta a gerar renda e esperança para centenas de famílias, especialmente no Sertão Central.
Quixadá: Tradição e Retorno da Cultura Algodoeira
Em Quixadá, município que liderava a produção estadual até os anos 1970, o algodão voltou a colorir os campos entre fevereiro e julho, no chamado ciclo do algodão. O agricultor Antônio Justino, da comunidade Lagoa da Pedra, resume com orgulho o impacto do retorno da cultura:
“Rapaz, aqui pra nós é bom demais. Termina a safra do feijão, depois vem o milho, e quando termina o milho, a gente entra com o algodão. Já é uma ajudazinha melhor pra gente.”
Na última safra, só em Lagoa da Pedra foram colhidos 15 mil quilos de algodão, movimentando a economia local. Para 2025, cerca de 60 produtores da região estão mobilizados para ampliar ainda mais a produção.
Parcerias Estratégicas e Apoio Técnico
A retomada da cultura algodoeira é fruto de uma grande rede de apoio. O governo estadual, a Ematerce e a Secretaria de Agricultura de Quixadá oferecem suporte técnico, insumos e infraestrutura.
Segundo o técnico agropecuário Carmosan Dantas:
“A gente fornece a terra cortada, a semente vem pela Ematerce, e o agricultor segue os protocolos técnicos com nosso acompanhamento.”
Controle de Pragas com Tecnologia e Rigor
Um dos maiores desafios enfrentados no passado, a praga do bicudo, está sendo superado com o uso de defensivos biológicos e manejo integrado. A vigilância técnica é contínua, e os produtores recebem produtos específicos aplicados no momento certo do ciclo do cultivo, garantindo plantas saudáveis e produtivas.
Segurança para o Pequeno Produtor: Programa Ouro Branco
Uma das principais inovações no apoio à agricultura familiar é o programa Ouro Branco, idealizado pela Universidade Federal do Cariri (UFCA). O projeto assegura ao produtor um preço mínimo pela saca de algodão antes mesmo da colheita, garantindo estabilidade financeira independentemente das oscilações do mercado.
Expansão com Algodão Transgênico e Alta Tecnologia
Além da produção tradicional, o Ceará planeja uma nova fase voltada a grandes produtores, com a implantação de 2 mil a 4 mil hectares de algodão transgênico até 2026. A nova etapa incluirá colheita mecanizada, uso de drones e outras tecnologias de ponta, impulsionando a produtividade.
Impacto Social e Econômico: Mais Renda e Empregos
Hoje, cerca de 1.500 famílias estão envolvidas na produção de algodão no estado. Cada hectare cultivado gera, em média, dois empregos diretos. Com a meta de atingir 50 mil hectares até 2027, estima-se a geração de mais de 3 mil empregos diretos, além dos indiretos nas áreas de transporte, beneficiamento e logística.
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