MP investigará suposto abuso de poder político no “Mensalinho do Crato”

Será investigado também se a desaprovação das contas do ex-prefeito teria como objetivo beneficiar a pré-candidatura da atual primeira-dama do Crato A Procuradoria Regional Eleitoral no Ceará (PRE-CE) investigará possível prática de abuso do poder político no caso que foi denominado“Mensalinho do Crato”. O prefeito do município da Região do Cariri, Ronaldo Sampaio Gomes de Mattos (PMDB), foi denunciado por supostamente ter pago nove vereadores para desaprovarem as contas de gestão do ex-prefeito, Samuel Araripe. De acordo com a denúncia, a quantia teria sido de R$ 50 mil para cada. Segundo o Ministério Público Eleitoral, além de ter feito o pagamento da quantia aos parlamentares, o atual prefeito ainda teria ameaçado demitir funcionários nomeados para beneficiá-los caso não fosse atendida a determinação do prefeito. O procurador regional eleitoralRômulo Conrado afirma que “o caso é de extrema gravidade, pois, além de caracterizar infração político-administrativa, que pode dar ensejo ao impeachment do prefeito, compromete o pleito de 2014, tendo em vista que Samuel Araripe é assumidamente pré-candidato a deputado estadual”. Será investigado também se a desaprovação das contas do ex-prefeito teria como objetivo beneficiar a pré-candidatura da atual primeira-dama do Crato, Gilvânia Mattos, e do secretário de Governo, Rafael Branco, segundo o Ministério Público. Rômulo Conrado e o promotor de Justiça Igor Pinheiro, coordenador do Grupo Auxiliar da Procuradoria Regional Eleitoral (Gapel), serão os responsáveis pelas investigações. A assessoria de Ronaldo Mattos afirmou que o prefeito não havia sido notificado oficialmente, portanto não se pronunciaria sobre o assunto. Compra de votos Em 2013, o MP recebeu denúncias de que o atual prefeito do Crato teria comprado votos de vereadores, em outubro de 2013. O objetivo era conseguir que as contas do governo referentes ao ano de 2009, da gestão anterior, do ex-prefeito Samuel Araripe, fossem desaprovadas. A prestação de contas de Araripe recebeu parecer favorável do Tribunal de Contas dos Municípios e do Ministério Público. Em janeiro, cinco vereadores foram afastados da Câmara após decisão da 2ª Vara Cível do Crato, determinada pelo juiz José Flávio Bezerra Morais. Além disso, foi decretada a quebra do sigilo bancário do prefeito do Crato, Ronaldo Mattos (PMDB), e de nove vereadores.
Fonte: O POVO Online
com informações do MPF
Zeudir Queiroz

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