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Mortandade de peixes está associada com baixa concentração de oxigênio, diz Cogerh

Fotos dos peixes mortos, nas margens do açude, foram compartilhadas na redes sociais
Fotos dos peixes mortos, nas margens do açude, foram compartilhadas na redes sociais

A mortandade de peixes do açude Castanhão, uma das principais fontes de abastecimento hídrico do Ceará, ainda é alvo de investigação da Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace) e Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), que nega alegação de que a operação da válvula tenha relação com o evento.

A relação das mortes com a válvula foi levantada por um dos pescadores da região, que acreditava que o mecanismo deixou escapar poluição na parte do rio onde os peixes estavam. A Corgerh informou, no entanto, que o número de gaiolas aumentou consideravelmente ao longo dos últimos anos, gerando uma população de peixes mais concentrada em pontos da bacia hidráulica do reservatório.

“A mortandade de peixes é um evento passível de ocorrer em qualquer reservatório, demandando dos criadores atenção constante aos parâmetros da água que variam durante o ano, exigindo atenção para o manejo em cada período”, disse a companhia, em nota enviada nesta sexta-feira, 19. Assim, a Cogerh aponta que, pela sua experiência, a ”mortandade está associada à baixa concentração de oxigênio dissolvido na coluna de água”.

Segundo a Cogerh, o oxigênio dissolvido na água tanto pode ser oriundo da incorporação do ar à coluna de água, pela ação dos ventos, quanto pelo oxigênio produzido pela fotossíntese das algas, ”sendo que esta concentração de oxigênio dissolvido é variável de acordo com a profundidade da coluna de água’’.

Para a companhia, o risco de mortandade é muito menor entre os peixes existentes naturalmente nos açudes, que não estão confinados e podem buscar regiões do reservatório com uma maior concentração de oxigênio. A situação é diferente com os peixes em tanque-rede, que foram os que morreram.

Uma equipe técnica irá realizar uma investigação mais detalhada no local e, conforme a Cogerh, foi elaborada uma cartilha “Mortandade de Peixes: Procedimentos e técnicas de investigação”. O documento sistematiza e ordena a forma que a companhia deve trabalhar para a determinação das causas da mortandade.

Válvula
Segundo a Cogerh, a válvula dispersora do Castanhão foi operada diversas vezes, com variações de vazão, sem causar mortandade de peixes. “Em 2014, as variações foram entre 8 a 31 m³/s sem a ocorrência de eventos de mortandade de peixes”, explicou.

Em 2013, uma mortandade no açude já havia sido registrada, logo após a quadra chuvosa. Além disso, a companhia destacou que o descarte inadequado é um grave crime ambiental e pode agravar ainda mais a qualidade da água, impactada pelo reduzido aporte de água dos últimos anos.

Fonte: O POVO Online
Zeudir Queiroz