O médico de 71 anos que havia sido preso suspeito de crime sexual contra uma paciente no município de Orós, no interior do Ceará foi solto nesta quarta-feira (30) após pagar fiança no valor de R$ 30 mil. A informação foi confirmada pelo delegado regional de Icó, Glauber Ferreira. Ele deve responder à denúncia em liberdade.
A paciente que denunciou o médico nesta terça-feira seria submetida a uma cirurgia na genitália em um hospital do município de Orós. Ela relatou a polícia que após trancar a porta do consultório, ele apalpou o corpo dela e tentou fazer a penetração no momento da realização de exames íntimos.
Assustada, ela saiu rapidamente da sala e procurou uma delegacia para denunciar o caso. O suspeito foi preso e levado para a cadeia do município de Icó. A paciente foi encaminhada para a cidade de Iguatu para ser submetida a exames.
A Secretaria Municipal de Saúde de Orós, responsável pela gerência do Hospital e Maternidade Luzia Teodoro da Costa, informou que ao tomar conhecimento do caso afastou o médico do plantão e o desligou do quadro de funcionários do município.
A Secretária de Saúde e a diretora do hospital repudiaram a atitude do profissional e ofereceram ajuda necessária à vítima. O médico, por sua vez, não quis manifestar-se acerca do ocorrido, negando as declarações da vítima.
Outras denúncias
Após a denúncia contra o médico, ex-pacientes do profissional entraram em contato com a Delegacia Regional de Icó ainda na terça-feira (29) e relataram que também foram vítimas dele. Um dos casos, inclusive, ocorreu em 1989.
“Uma vítima me ligou chorando e disse que ele [médico] se aproveitou dela em 1989, mas na época ela não teve coragem de denunciar. Outra mulher relatou que o médico ameaçou de fazer os pais dela perderem os empregos, caso ela denuncia-se”, afirma o delegado Glauber Ferreira, titular da delegacia de Icó.
Apesar dos relatos, as ex-pacientes ainda não formalizaram a denúncia, o que deve ocorrer nesta quarta-feira (30), segundo previsão do delegado. “O caso ainda está quente. Tomamos conhecimento ontem, hoje vamos ter mais contato com as vítimas e continuamos com as investigações”, disse Glauber.
A delegada Arlete Silveira, diretora do Departamento de Proteção aos Grupos Vulneráveis (DPGV) da Polícia Civil, está na cidade e também participa das investigações sobre o caso.
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