Paulo Monteiro Amorim fundou a comunidade católica Família em Missão. Ele convidava meninas a irem para a casa dele. As vítimas o acusam de ter ministrado medicamentos sedativos para tentar praticar abuso sexual
líder religioso Paulo Monteiro Amorim, de 53 anos, foi condenado a dez anos de prisão por tentativa de estupro de vulnerável. Ele é acusado de abusar sexualmente de meninas e mulheres com idade entre 12 e 30 anos. A sentença de um dos casos foi proferida nesta terça-feira, 19, pela juíza Maria Ilna Lima de Castro, da 12ª Vara Criminal. Ao todo, há cerca de dez acusações semelhantes contra o fundador da comunidade católica Família em Missão. Testemunhas também apontam a esposa dele, Lívia Amorim, de ser condizente com os crimes.
O homem recebeu a pena máxima, de 15 anos, mas teve redução de um terço devido ao ato julgado não ter sido consumado. Conforme depoimento das vítimas, o líder religioso convidava fiéis da comunidade a dormirem na residência dele. A esposa estimulava as meninas ao uso de trajes íntimos e a agradar Paulo.
À noite, o acusado alegava que as hóspedes estavam com tosse e as dopava. No caso julgado nesta terça-feira, a menina relatou ter acordado ao sentir uma pressão no quadril. Além de ver o denunciado saindo do quarto em que estava, ela percebeu o próprio short abaixado.
Defesa
Amorim nega ter praticado os atos. Ele está preso desde março, após duas semanas de investigações conduzidas no 2º Distrito Policial (DP), na Aldeota. Em depoimento, ele garantiu ser comum membros da comunidade frequentarem e dormirem na casa. Ele afirmou ainda que, na maioria das vezes, as meninas iam dormir no local doentes e ele ministrava Tylenol e Resfenol, mas disse que nunca deu medicação sedativa.
No caso julgado, ele explicou que apenas cobriu a adolescente com um lençol. Acusou ainda a menina de ser influenciada pelo pai. Paulo disse acreditar que ela não está mentindo, mas sendo induzida a crer no abuso sexual.
A decisão da juíza aponta que não ficou demonstrada a consumação do abuso sexual, mas considera que ele pretendia cometer o estupro. Para pais das vítimas, a condenação mostra a justiça “começando a ser feita”. “Chegou um momento em que entregamos à justiça. E todos foram muito sensíveis ao caso: juízes, promotores e delegados. Agora é reforçar os reparos psicológicos com as meninas”, disse um dos familiares.
O POVO entrou em contato com o promotor do caso, Francisco Carlos Andrade, e a advogada do líder religioso, Ana Lígia Peixe. Ambos prefiriram não comentar sobre o processo, que corre em segredo de justiça.
Fonte: O POVO Online
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