Um homem foi preso em flagrante suspeito de matar a esposa e a filha de oito meses do casal. Marcelo Barbarena Moraes, 37, natural do Rio Grande do Sul, foi autuado por homicídio doloso triplamente qualificado. As vítimas, Adriana Moura de Pessoa Carvalho Moraes, 38, e a filha do casal, Jade, foram encontradas mortas no quarto de uma casa de veraneio da família, em Paracuru, Litoral Oeste. Na manhã de hoje, haverá a reconstituição do caso.
Em depoimento ontem, Marcelo negou os crimes. Ele afirmou que a casa foi arrombada e não ouviu barulho de tiros. Porém, conforme a delegada Socorro Portela, diretora da Divisão de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), ele se contradisse no depoimento e apresentou divergências em relação ao que foi dito pelo irmão e pela esposa dele, que também estavam na casa e foram ouvidos como testemunhas.
O depoimento dos três durou quase dez horas. A delegada ainda informou que não foram encontrados vestígios de arrombamento na casa e que um vizinho prestou depoimento afirmando ter escutado dois tiros durante a madrugada. Conforme Socorro Portela, Marcelo relatou ter quatro armas no apartamento do casal, no Cocó, e informou que o casamento dos dois estaria “conturbado”.
Uma mensagem de Whatsapp em um grupo da família foi encontrada pela Polícia no aparelho celular de Adriana. No texto, uma pessoa afirmava que Marcelo confessou o crime, ainda na casa, antes da chegada da Polícia.
O crime
Os corpos das vítimas foram encontrados por volta das 6 horas no imóvel, localizado no bairro Campo de Aviação. Adriana e a criança foram mortas enquanto dormiam, segundo Sônia Silva, da Perícia Forense do Ceará (Pefoce). A criança foi baleada nas costas e a mãe, na cabeça. O casal morava no bairro Cocó, em Fortaleza. Adriana trabalhava como contadora em uma multinacional e o marido como gerente em outra empresa. O casal teve outra filha, de sete anos, que também estaria na casa no momento do crime.
Quem acionou a Polícia foi o próprio Marcelo, informou o comandante da PM de Paracuru, capitão Charles Robert. “Segundo a versão dele, acordou às 6 horas e foi olhar a esposa, que dormia em outro quarto. Quando mexeu nela notou que estava fria, então viu o sangue e percebeu que estava morta. Depois viu que a criança também estava morta”.
A perita Sônia Silva informou que encontrou um revólver calibre 38 no bebê-conforto da criança. A arma foi encaminhada à DHPP e deve passar por exame de balística hoje. “A arma estava embaixo do forro, bem no cantinho. A pessoa colocou a arma em pé. Ninguém nunca poderia imaginar que ali estivesse um revólver”, indicou.
Saiba mais
Quem esteve no local do crime presenciou a emoção dos profissionais da segurança ao encontrarem mãe e filha mortas.
A perita Sônia Silva saiu do local emocionada diante da situação. “A gente fica imaginando como alguém tem sangue frio para retirar a vida de um inocente que não tem nenhum tipo de defesa. É muita maldade”, lamentou. Outro perito foi visto chorando ao deixar o local.
Na rede social Instagram, Sara Diniz, amiga de Adriana, escreveu: “Estou revoltada, indignada… A vida desses dois anjos foi retirada brutalmente. Nos abraçamos no meu ‘niver’ e nunca pensei que seriam os últimos sorrisos. Deus as guarde, linda Adriana e sua pequena Jade.”
Fonte: O Povo
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