Na última terça-feira (8), a Secretaria da Saúde do Ceará confirmou que o Estado já têm três pacientes infectados pela nova variante do coronavírus, vinda de Manaus. Destes, dois são viajantes e o terceiro é uma pessoa que mora no Ceará. Outras 90 pessoas ainda estão sendo estudadas para saber estão infectadas pela nova cepa do vírus.
Essas informações ligam um alerta no combate à pandemia no Ceará. Além da confirmação de que a mutação já está no Estado, a constatação de que uma pessoa foi infectada sem ter viajado para um dos locais de risco indica a possibilidade de uma transmissão comunitária. Ou seja, a mutação do coronavírus pode já estar sendo transmitida entre a população cearense.
“A covid-19 é uma doença que tem trazido muitas surpresas e tudo que acontece de diferente deve servir de alerta. Temos que fazer tudo para evitar casos”, destaca o infectologista Dr. Anastácio Sousa.
Ele ressalta que ainda há muito o que ser descoberto sobre essas novas variantes, afinal, é cedo para serem realizados estudos complexos que sejam capazes de trazer mais certezas. Mas já existem algumas coisas que foram descobertas sobre a nova cepa.
“Nós sabemos que elas podem se multiplicar mais. Eu, se fosse contaminado com uma nova variante, posso produzir e transmitir mais vírus”, explica.
Segundo os cientistas, a variante de Manaus possui mutações nos genes que codificam a espícula, que é justamente a região responsável por permitir que o vírus consiga invadir as células humanas. Por isso, acredita-se que a nova cepa também possui mais capacidade de infectar alguém.
O Dr. Anastácio também explica que, apesar de ainda existirem muitas dúvidas, há a possibilidade de que crianças sejam mais afetadas por essa nova cepa. “Na realidade, a capacidade de transmissão é maior, então nós podemos ter mais crianças infectadas e elas poderão ser mais afetadas. No Reino Unido [outro lugar que registra uma variante do vírus], as informações é de que teríamos crianças com quadros mais severos do que tivemos alguns meses atrás. Isso é algo realmente que deixa todos muito atentos para o que deveremos fazer”, destaca o infectologista.
Quando questionado sobre a possibilidade de Fortaleza enfrentar uma crise na saúde como aconteceu em Manaus, Dr. Anastácio lembra que a situação do Amazonas é mais complexa do que simplesmente o vírus. “Fica muito difícil tirar conclusões sem ter um estudo bem fundamentado. Manaus foi muito estranho, uma cidade em que falta oxigênio para muita gente. É uma análise muito precipitada” conclui.
Fonte: https://gcmais.com.br/
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