Polícia conclui inquérito e MP denuncia ‘guru espiritual’ suspeito de crimes sexuais em reuniões de seita no Ceará

A Polícia Civil concluiu o inquérito e o Ministério Público denunciou o “guru espiritual” suspeito de praticar uma série de abusos sexuais, físicos e psicológicos durante reuniões de uma seita espiritual em Fortaleza. Pedro Ícaro de Medeiros foi indiciado na sexta-feira (24), uma semana depois de o caso ser revelado no Fantástico, na edição do dia 19 de julho.

Guru foi denunciado por vítimas que frequentavam a comunidade — Foto: Fantástico

O suspeito, conhecido como ‘Ikky’, foi denunciado pelos crimes de violação sexual mediante fraude, por crime sexual para controlar o comportamento social ou sexual da vítima e também por charlatanismo e curandeirismo.

Pelo menos 50 jovens afirmaram que sofreram abusos do líder da Comunidade Afago, entre 2018 e 2019. Até o momento, 18 pessoas prestaram depoimento no 26º Distrito Policial, que investiga o caso.

O Ministério Público confirmou a acusação e ressaltou que as vítimas do guru espiritual estão se apresentando e prestando depoimentos junto ao Núcleo de Atendimento às Vítimas de Violência (Nuavv), coordenado pela promotora de Justiça Joseana França.

A promotora de Justiça Grecianny Carvalho Cordeiro elaborou a denúncia após receber o inquérito concluído do 26º DP, da Polícia Civil do Ceará (PCCE). O processo tramita sob sigilo na 15ª Vara Criminal de Fortaleza e aguarda decisão do juiz.

Os depoimentos das vítimas começaram a ser coletados na Polícia Civil no dia 16 deste mês, segundo a advogada Thayná Silveira, que acompanhou os jovens.

“Ele (Ícaro) pegou esses jovens que estavam querendo pertencer a alguma coisa, que estavam em busca de cura de traumas sexuais, de traumas familiares e as manipulou”, afirmou.

Os depoimentos das vítimas começaram a ser coletados na Polícia Civil no dia 16 deste mês, segundo a advogada Thayná Silveira, que acompanhou os jovens.

“Ele (Ícaro) pegou esses jovens que estavam querendo pertencer a alguma coisa, que estavam em busca de cura de traumas sexuais, de traumas familiares e as manipulou”, afirmou.

As acusações também miram a prática de estelionato. Segundo a recepcionista Pamela Magalhães, a única a mostrar o rosto em entrevista ao Fantástico, “a cada semestre ele aumentava o valor desses cursos, tanto que quando eu entrei era R$50 e quando eu saí um determinado curso já era R$ 1.500”.

Outro aluno disse que ao fim do ciclo de aulas, não houve a entrega do certificado. A gente não teve nenhum tipo de certificado, mesmo tendo sido prometido que nós seríamos certificados e poderíamos atuar como terapeutas”.

Versão da defesa

Ao Fantástico, Ícaro disse que no começo deste ano registrou Boletim de Ocorrência alegando ser vítima de calúnia e difamação por parte de pessoas que deixaram a comunidade. O suspeito negou as acusações de estupro, segundo ele, houve relações sexuais com alguns homens, mas elas eram consentidas.

“Muitas das acusações foram racistas, para ser honesto. Não me chamavam só de mago negro, de magia negra. Eles falavam realmente que eu era um fascista. Houve crimes com relação a isso: a eu ser homem, ser negro e ser gay”, contou Ícaro ao telefone acrescentando que só participavam dos rituais pessoas que se apresentavam espontaneamente, contestou Ícaro.

O advogado de defesa, Klaus Borges, afirmou que se preparam para protocolar ação em breve contra as pessoas que supostamente estariam caluniando Pedro. Ele também afirmou que seu cliente nega ter cometido qualquer crime.

Fonte: https://g1.globo.com/ce
Zeudir Queiroz

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