A economia cearense, de 2002 a 2010, cresceu impulsionada principalmente pelas economias da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) e da macrorregião Cariri/Centro Sul. Em 2010, essas regiões representaram 74,71% do Produto Interno Bruto (PIB) do Ceará, o equivalente a, R$ 58,17 bilhões. O restante está dividido entre as outras seis macrorregiões: Baturité (1,00 bilhão); Inhamuns (R$ 1,80 bilhão); Jaguaribe (R$ 4,37 bilhões); Litoral Oeste (R$ 4,23 bilhões); Sertão Central (R$ 2,88 bilhões) e Sobral/Ibiapaba, com R$ 5,38 bilhões.
Os números acabam de ser divulgados pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece) – Órgão vinculado à Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag) do Governo do Estado. Fazem parte do trabalho “A Evolução do PIB dos Municípios Cearenses no Período de 2002/2010”, título do IPECE/Informe nº 49 (dezembro de 2012). Mas apesar da forte concentração econômica na macrorregião RMF, esta vem perdendo participação, que era, em 2002, de 65,62% (R$ 18,96 bilhões) para 64,99% em 2010 (R$ 50,60 bilhões).
Enquanto ocorreu uma desconcentração na Região Metropolitana de Fortaleza, as demais macrorregiões Interioranas ampliaram suas contribuições para a economia cearense, como no caso das Macrorregiões de Cariri/Centro Sul, Litoral Leste/Jaguaribe e Litoral Oeste. É importante ressaltar que, embora a macrorregião Sobral/Ibiapina tenha apresentado uma pequena queda em sua participação no período observado, o município de Sobral tem sido um dos destaques na economia cearense ocupando a quarta colocação dentre os 184 municípios cearenses.
Ceará e Fortaleza
De acordo com as estimativas realizadas pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), em conjunto com o IBGE, o Produto Interno Bruto a preços de mercado do Estado do Ceará, em 2010, apresentou um crescimento de 8,0% sobre o PIB de 2009, gerando um valor de R$ 77,85 bilhões. O resultado de 2010 foi praticamente igual à estimativa preliminar do IPECE, realizada por meio do PIB Trimestral, que sinalizava um crescimento de 7,9% e um valor de R$ 76,7 bilhões. Na comparação com os resultados da economia brasileira, a economia do Ceará ficou acima da taxa nacional (7,5%), também já sinalizado e divulgado pelo Ipece.
Com esses resultados a economia cearense ganhou participação na economia brasileira, passando de 1,96%, em 2002, parar 2,07% em 2010, embora permaneça na 12a posição no ranking das 27 unidades da federação. Em relação à região Nordeste, o desempenho da economia cearense, com uma participação de 15,3% em 2010, foi melhor que o da região, mas continuou sendo a terceira economia, perdendo para a Bahia e Pernambuco. A economia cearense gerou um PIB per capita de R$ 9.217, a brasileira ficou em R$ 19.766 e a nordestina, R$ 9.561. Lembrando que o Ceará possui a 12a economia do país e a 8a posição em população, sendo a combinação desses dois eventos a razão para os valores modestos para o seu PIB per capita.
Desde os primeiros resultados do PIB dos Municípios, em 1999, Fortaleza detinha a segunda colocação dentre as capitais nordestinas e a nona em relação as 27 capitais brasileiras. No entanto, em 2010, com um PIB a preços de mercado de R$ 37,1 bilhões, tornou-se a principal economia da Região, ultrapassando Salvador, que ostentava a primeira colocação, a oitava economia brasileira, dentre as capitais, e a nona economia em nível nacional.
A ampliação do valor do PIB de Fortaleza e o consequente ganho de posição fez com que a capital cearense se tornasse a principal economia da região Nordeste, em termos das capitais. Embora tenha crescido economicamente, Fortaleza registrou um PIB per capita (que representa a razão entre o PIB e a população residente), em 2010, que se posicionou na quarta colocação no Nordeste. Isso em decorrência, em parte, do tamanho de sua população, de 2,4 milhões de pessoas, a segunda maior dentre as capitais nordestinas, com participação de 21,25% em relação à população total das capitais.
Cariri
Para os dados de PIB em 2010, o IBGE divulgou pela primeira vez informações considerando a Região Metropolitana do Cariri (RMC). O trabalho do IPECE, com base nas informações geradas pelo IBGE, mostra que a estrutura econômica para a RMC, em 2002, se configurava em 75,69% no setor de serviços, 19,2% no setor da indústria e 5,10% na agropecuária. Quando comparado com o ano de 2010, é possível perceber que a maior mudança foi na participação do setor Agropecuário, que passou a responder por apenas 2,84% da economia da região.
Todos os municípios que compõem a RMC apresentaram queda na participação do setor Agropecuário na economia. Os municípios que mais reduziram suas participações nesse setor, de forma relativa, foram Caririaçu, que perdeu 12,81 pontos percentuais, Missão Velha, 9,88 pontos percentuais, Jardim e Farias Brito, que perderam em torno de 7,00 pontos percentuais. Vale lembrar que esses são municípios, que em anos de bom inverno, as participações da Agropecuária mais que dobraram em relação às participações da Indústria, a exceção do município de Missão Velha.
Maiores e Menores
O PIB Municipal representa o rateio da renda gerada no Ceará entre os 184 municípios, mediante metodologia desenvolvida pelas Instituições Estaduais de Pesquisas sob a coordenação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nessa perspectiva, de acordo com o estudo do IPECE, pode-se dizer que a economia cearense representa o resultado das economias dos 184 municípios distribuídos nos 148.016 km2 e que comportava, em 2010, uma população de 8,4 milhões de habitantes.
Os maiores destaques desses resultados estão relacionados às economias do município de Fortaleza e de Maracanaú, que permaneceram, ao longo de quase dez anos, nas primeiras posições no ranking das economias municipais, de 2002 a 2010. Vale ressaltar que, embora nas primeiras posições, suas participações no PIB estadual têm diminuído, passando de 49,66%, em 2002, para 47,65%, no caso de Fortaleza e, com relação a Maracanaú os percentuais foram os seguintes: 5,69%, em 2002 e 5,27% em 2010.
Com esses resultados percebe-se que municípios fora das regiões metropolitanas, de Fortaleza e a do Cariri, se destacaram em contribuições para a economia cearense. Assim, em 2010, os municípios de Sobral, Quixeré, Iguatu, Itapipoca e Aracati, pela ordem de grandeza, aparecem dentre as quinze maiores economias.
Os municípios com os 10 maiores PIBs do Ceará, em 2010, são: Fortaleza, Maracanaú; Caucaia; Sobral; Juazeiro do Norte; Eusébio; São Gonçalo do Amarante; Horizonte; Crato e Quixeré. Já os com menores PIBs, são: Granjeiro; Altaneira; Baixio; Pacujá; Senador Sá; Potiretama; Antonina do Norte; Ererê; General Sampaio e Umari. O estudo completo do Ipece pode ser acessado no www.ipece.ce.gov.br.
20.12.2012
Assessoria de Imprensa do IPECE
Pádua Martins ( padua.martins@ipece.ce.gov.br / 85 3101.3508)
Do Governo do Ceará
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