Petista defende uma candidatura própria para o governo do estado

Vereador reconhece ser posição majoritária no partido não apresentar nome para disputar o cargo de governador A maioria das correntes políticas que compõem o Partido dos Trabalhadores (PT), no Ceará, não defende o lançamento de uma candidatura própria ao Governo do Estado nas eleições do próximo ano. A informação é do vereador de Fortaleza, Deodato Ramalho, que se coloca no rol dos que entendem que o partido tem condições de lançar um candidato a governador, sem prejuízo da aliança nacional, pois tem nomes bons para a disputa e é a legenda com melhor aceitação popular no Estado. O vereador Deodato Ramalho disse que a maioria das correntes do PT no Ceará não quer candidatura própria ao cargo de governador em 2014 FOTO: KELLY FREITAS Para ele não é apenas no Ceará que existem problemas na base aliada do Governo Federal para a disputa pelo Governo do Estado nas eleições do próximo ano. “Não sei por que o Estado do Ceará tem que, necessariamente, estar sendo tratado de outra forma. E acho que aqui no nosso Estado muito ruim essa posição que hoje é majoritária dentro da agremiação”. Confessa que tenho consciência do interesse do PT querer manter essa aliança com o PSB, não por conta de ser o PSB, mas pelo fato de o PSB no Estado do Ceará, não ter as mesmas características do PSB no plano nacional”. Deodato Ramalho faz questão de esclarecer que há uma dificuldade aqui de quem comanda o PSB, no caso a família Ferreira Gomes, de conviver em uma aliança onde sejam respeitados os espaços dos diversos outros parceiros. Identidade “É uma atuação de uma hegemonia construída a partir de uma cooptação dessas forças. Então, continuando nisso o partido acaba perdendo a identidade e, de certo modo, decepcionando a militância e o eleitorado petista que é grande no Estado”. Ressalta o parlamentar que além de uma candidatura própria para o Governo do Estado também defende que não seja avaliada apenas a possibilidade de aliança com o PSB. Ele faz questão de lembrar que existem outras forças políticas no arco de alianças que apoia o Governo da presidente Dilma Rousseff que podem se unir ao PT nessa disputa, como é o caso do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) e do Partido da República (PR), entre outros. Mas, não nega que dentro do seu partido hoje é clara a ideia de ceder mão da cabeça da chapa, embora, pessoalmente, seja contra esse entendimento. Avanço Quanto ao posicionamento do partido para as eleições do próximo ano acha que houve avanço na reunião do diretório estadual, no último fim de semana, em relação ao que a executiva estadual havia manifestado anteriormente em relação a manutenção da aliança com o PSB para 2014. Para ele a decisão do diretório é mais prudente porque diz que vai aguardar o momento adequado e vai construir uma aliança para as eleições de 2014, mas de acordo com o que for definido no âmbito nacional. Entre os aliados no plano nacional, argumenta, várias forças políticas podem ter candidatos ao governo estadual e o PT pode se aliar a uma delas como é o caso do PMDB e não necessariamente o PSB. Sobre os nomes que o PT poderia apresentar para o Governo estadual aponta os do senador José Pimentel, com experiência e trabalhos comprovados; da ex-prefeita de Fortaleza Luizianne Lins e do deputado federal José Nobre Guimarães. Questionado sobre o desgaste político de alguns dos nomes petistas e as críticas que poderiam aflorar em uma disputa majoritária, disse que é coisa menor. Observa ainda que se formos nos pautar pelo maniqueísmo que impera na política brasileira não teremos candidato a governador no Ceará em 2014. Quanto a ex-prefeita Luizianne Lins reconhece a existência de desgaste político, mas considera extraordinária a atuação do PT na disputa pela prefeitura de Fortaleza em 2012 porque foi uma eleição dura, com a administração mal avaliada em alguns aspectos, mas o resultado da eleição desmontou a ideia de que o PT está fraco na capital porque teve quase a metade dos votos. Além disso, em 2012, Fortaleza enfrentou uma das eleições mais inusitadas da sua história, no sentido da intimidação, do uso da força política e econômica com fatos comprovados de verdadeiro sítio que aconteceu em Fortaleza no dia da eleição. Segundo turno Argumenta também que em todas as pesquisas de opinião pública o PT é o partido mais querido no Brasil e no Ceará com uma aceitação variando em torno de 26% a 27% enquanto todas as outras legendas juntas somam 10%. Portanto, é um partido que tem uma forte inserção na sociedade cearense, podendo apresentar um candidato a governador com um dos nomes citados ou outros companheiros que também reúnem qualidades para ocupar o cargo. Mesmo defendendo que o partido lance um candidato a governador, no próximo ano, o vereador não está defendendo o rompimento da aliança com o PSB, deixando parecer que a aliança pode ressurgir no caso da existência de um segundo turno da disputa pelo Abolição. A orientação da direção nacional do PT, no entanto, segundo ficou claro nas declarações prestadas por seus principais líderes, inclusive o ex-presidente Lula, é no sentido de que PT e PSB cearenses continuem juntos, trabalhando como se a disputa de 2014, no plano nacional as duas siglas permaneçam aliadas na defesa da reeleição de Dilma. Fonte: Diário do Nordeste
Zeudir Queiroz

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