O promotor Joathan Machado, da Promotoria de Justiça Militar do Ministério Público do Ceará (MP-CE), encaminhou ontem à Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) o pedido de abertura de procedimento administrativo para investigar a possível existência de milícias e grupos de extermínio atuando dentro da Polícia Militar. O pedido foi motivado por declarações do ex-governador Ciro Gomes (PSB) no último dia 20, publicadas no O POVO, acusando o vereador Capitão Wagner Sousa (PR) de comandar milícia ligada ao narcotráfico na PM. “Estamos achando essa milícia um a um e vamos cortar a cabeça dessa cobra”, disse Ciro.
Também ontem, o promotor enviou pedido ao comando da Polícia Militar, solicitando a abertura de Inquérito Policial Militar (IPM) para apurar o envolvimento de militares no protesto de mulheres no último dia 12 de maio. Neste dia, cerca de 50 mulheres impediram a saída de policiais do Batalhão de Eventos da PM que iriam ao Estádio Presidente Vargas para reforçar o esquema de policiamento montado com 660 homens para o jogo entre Ceará e Fortaleza. O promotor se baseou, para pedir o IPM, em vídeo veiculado nas redes sociais, no qual o vereador Capitão Wagner estaria dando suporte à manifestação
As duas instituições têm prazo de até 40 dias para apurar as denúncias e remeter as informações ao MP. A partir daí, o promotor irá se pronunciar, podendo pedir novas investigações ou arquivar os casos. Em relação ao possível envolvimento de policiais no protesto das mulheres, se for comprovado a participação de PMs, poderá vir a ser aberto um processo penal.
Novo capítulo
O envio dos pedidos à SSPDS e ao comando da PM, trata-se de mais um capítulo na tensa relação entre o governo do Estado e o vereador capitão Wagner, uma das lideranças dos PMs. Os policiais cobram do poder público o não atendimento de reivindicações da categoria ainda decorrentes da última paralisação, ocorrida entre dezembro de 2011 e janeiro de 2012. O clima de tensão ganhou novo componente quando o ex-governador Ciro Gomes, irmão do atual governador, partir para o ataque contra o capitão Wagner, acusando-o de ter ligação com milícias e grupos de extermínio. Depois dos ataques, porém, Ciro e a cúpula da SSDPS silenciaram sobre as denúncias. Já o capitão Wagner assume que esteve no protesto das mulheres, mas, segundo ele, ali esteve pedindo para que liberassem a saída dos militares para jogo.
Como
ENTENDA A NOTÍCIA
A tensão entre a cúpula da SSPDS e as lideranças dos militares, tendo no vereador Capitão Wagner o seu principal expoente, aumentou com as recentes suspeitas levantadas pelo ex-governador Ciro Gomes.
SERVIÇO
Centro de Apoio Operacional Criminal, da Execução Criminal e do Controle Externo Atividade Policial (PGJ)
Onde: Rua 25 de Março, 280, Centro
Telefone: 3452-3716
Saiba mais
Perguntas sem respostas
– Existe algum a investigação em andamento na Secretaria de Segurança Pública do Estado sobre a existência de milícias ou grupos de extermínio na PM?
– Se sim, como um cidadão sem qualquer função pública como Ciro Gomes conseguiu obter informações sobre tal procedimento?
– Se não, com que base o irmão do governador acusa a existência de grupo ligado a criminosos e ao narcotráfico na tropa?
– Quais providências estão sendo tomadas sobre a participação de Capitão Wagner em atividade que tentou bloquear a saída de PMs para a segurança do clássico-rei?
Fonte: O Povo
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