A oitava rodada de negociação para definir os rumos da Campanha Salarial 2015 de motoristas e cobradores de ônibus terminou, mais uma vez, sem acordo. Em virtude do impasse, a categoria prometeu continuar com as paralisações nos terminais de ônibus da Capital, e uma greve geral pode ser decretada durante realização de uma assembleia geral dos trabalhadores, em data ainda a ser definida.
A reunião entre o Sindicato dos Trabalhadores em Transpores Rodoviários do Estado do Ceará (Sintro) e o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Ceará (Sindiônibus) aconteceu, na tarde de ontem, na sede da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego, no Centro. O Sindicato dos trabalhadores mantém a reivindicação de reajuste salarial de 13%, aumento do valor da cesta básica de R$ 90 para R$ 130 e reajuste do valor do vale-refeição de R$ 10 para R$ 13.
O Sindicato patronal, por sua vez, tem como proposta garantir a reposição do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), reajustando o salário em 8,34%, o que, conforme o órgão, garante o poder de compra do trabalhador. A falta de acordo levou o Sindiônibus a propor à diretoria do Sintro a instauração de Dissídio Coletivo para que a Justiça do Trabalho tome a melhor decisão para ambas as partes, assegurando, assim, a prestação dos serviços de transporte e o direito de ir e vir da população.
O presidente do Sintro, Domingo Neto, explica que, por enquanto, o estado de greve permanece, com possíveis paralisações diárias, e que será marcada uma assembleia geral em que toda a categoria votará pela instauração ou não de uma greve geral, mantendo o prazo de 72 horas após a decisão para comunicar a população. “Infelizmente, não teve acordo. O Sindiônibus sustentou a reposição salarial e não ofereceu nada para a cesta básica e o vale-refeição, que são os itens que mais aumentaram para o trabalhador”, disse.
O presidente do Sindiônibus, Dimas Barreira, fala de um ano atípico, de muitas dificuldades, destacando conseguir manter pautas favoráveis à Convenção Coletiva de Trabalho. “Mantemos todos os avanços dos anos anteriores mas não foi suficiente. O Sintro mantém propostas de quase o dobro da inflação, completamente impossíveis de serem atendidas. Neste ano o nosso esforço é para garantirmos nenhuma perda para o trabalhador, não dá para buscar cláusulas econômicas ousadas”.
Sobre a proposta de Dissídio Coletivo, Dimas Barreira informou que se reunirá com os advogados do Sindiônibus para tentar meios de fazer o pedido de forma unilateral.
Bloqueio
Em meio a esse impasse, a população enfrenta as dificuldades causadas pela falta de acordo entre as duas categorias. Ontem, o Terminal do Siqueira permaneceu fechado por duas horas durante a manhã de ontem, deixando lotadas as plataformas de embarque e desembarque de passageiros. O bloqueio das entradas foi feito por motoristas e cobradores, que cruzaram os braços em protesto. Das 9h às 11h, nenhum veículo entrou ou saiu do centro de integração. Durante a manifestação, cerca de 200 ônibus ficaram parados dentro e nos arredores do equipamento.
O ato dos profissionais foi alvo de queixa de diversos usuários que lotavam o espaço, reclamavam dos atrasos e da falta de aviso prévio a respeito do movimento. Duas viaturas da Polícia Militar e outras duas da Guarda Municipal ficaram de prontidão durante o protesto. A manifestação transcorreu de forma pacífica e não foi necessária a intervenção das forças de segurança. Esta foi a segunda paralisação de terminal em menos de uma semana. O Sintro não informou locais e horários das próximas.
Renato Bezerra / Bruno Mota
Repórteres
Fonte: Diário do Nordeste
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