Na 21ª edição do Grito dos Excluídos, centenas de pessoas reuniram-se, na manhã de ontem, para reivindicar o acesso à moradia digna e definitiva”. O ato deu início na Praça do Cristo Redentor, ao lado do Seminário da Prainha, e seguiu em direção ao desfile cívico-militar, na Avenida Beira Mar.
O movimento é um conjunto de manifestações populares que acontecem, uma vez ao ano, em todo o Brasil, para dar visibilidade às pessoas excluídas da sociedade. No Ceará, os participantes dividiram-se em quatro blocos: Brasil que temos; População de Rua – moradia; Juventude; e a Mídia que mente.
Até chegar ao desfile oficial, o grupo percorreu a Avenida Monsenhor Tabosa e Rua Tibúrcio Cavalcante. Em cima de um trio elétrico, os organizadores e representantes de entidades, movimentos sociais e igrejas, animavam o público e reiteravam sobre o objetivo, de despertar por uma sociedade mais inclusiva.
Moradia
Os participantes reivindicavam por casas à população que vive em situação de rua. Em carta lida durante a caminhada, os representantes dos grupos ressaltaram a falta de moradia e a agressão, que muitas vezes sofrem, os moradores de rua. “É exposta cotidianamente a todo tipo de violências, sejam institucionais, sejam simbólicas, sejam de outra natureza. A moradia é o caminho para superar essa situação de exclusão. Portanto chega de omissão. Queremos habitação, moradia para as pessoas em situação de rua”, dizia o trecho da carta.
A cuidadora Maria Inês, participando do Grito pela primeira vez, disse que foi a curiosidade que a levou à caminhada. “Participo de um movimento comunitário e resolvi participar hoje [ontem] para saber como é, o que fazem durante o percurso”, disse.
Já Isabel Forte, da equipe de articulação das pastorais sociais da Arquidiocese de Fortaleza, reafirmou a preocupação com a problemática da falta de moradia. “É um problema que nunca se resolve”, observou, e citou, ainda questões sobre a educação e o extermínio da juventude. “Estamos aqui em defesa da vida”, afirmou.
Brasil
O movimento aproveitou a oportunidade para também chamar atenção dos participantes sobre a atual situação política em que o país enfrenta, e cobrar que as forças populares pressionem o Estado a assumir compromisso com o Projeto Popular que trata de reforma política, reforma fiscal, reforma agrária, moradia, transporte e saúde pública de qualidade.
Distribuindo panfletos, a militante Rosa da Fonseca alertava aos participantes que a sociedade está diante de assustadoras distorções sociais, onde destacou o genocídio da juventude e o feminicídio. Para ela, “o Grito dos Excluídos tem que estar dentro do grito de independência do capitalismo”.
Fonte: O Estado CE
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