Desde dezembro passado, toneladas de aço, sucatas de carros, peças, apreensões policiais e escritórios dos mais diversos órgãos e esferas de governo começaram a ser retirados dos sete galpões anexos à Estação Ferroviária João Felipe, no Centro de Fortaleza. O último trem, partiu dia 11 de janeiro. O lugar está destinado à cultura. Os planos da Secretaria da Cultura incluem incorporar o prédio central da Estação ao complexo – atualmente fechada para as obras de linha Leste do Metrofor – e tornar a praça um espaço contíguo, servindo como passeio e espaço para exposições à céu aberto.
Os sete galpões, a Estação e a praça em frente ocupam, somados, uma área comparada à do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura (CDMAC), totalizando mais de 30 mil metros quadrados. A incorporação é dada como certa pela Secult, que já realiza estudos sobre o uso do prédio central.
O projeto em curso, por hora, está restrito aos galpões, com 6,3 mil metros quadrados de piso, que abrigarão três equipamentos culturais: a Pinacoteca do Estado do Ceará, a Centro Referencial de Gravura, ambos a serem criados pelo Governo, e o Museu da Imagem e do Som (MIS), que está de mudança do atual endereço na Avenida Barão de Studart.
O equipamento é uma promessa antiga, que desde 2010 embolava-se junto às tantos outras que governo estadual reservava à pasta da Cultura. Foi incorporado, em 2011, ao pacote batizado de “Virada Cultural”. Este ano, o último da gestão Cid Gomes, o novo secretário da cultura, Paulo Mamede, garante que, não apenas sairá do papel, como será inaugurado até o fim da gestão estarão de portas abertas ao público.
“Não sou mágico. É evidente que o governador está determinado em fazer esse projeto e estamos contando com total apoio dos arquitetos DAE (Departamento de Arquitetura e Engenharia )”, reforça o secretário, que tem os R$5,5 milhões da primeira fase da obra já autorizados em MAPP pelo Estado. O custo total do projeto é de R$ 22,5 milhões.
Galpões
Estão previstos, para a inauguração em dezembro, um espaço de convivência, no primeiro galpão, com café, lojas especializadas, espaço para venda de obras de arte; dois galpões equipados com recursos de alta tecnologia, superfícies em Led, holograma, computação gráfica, para abrigar uma exposição de longa duração sobre a história das artes cearenses; um espaço para as artes contemporâneas – que inclui, mezanino, sete metros pé direito e um teto retrátil para recepção de grande obras; um galpão para exposições de curta duração, e, ao fundo, um galpão para reserva técnica e setor administrativo.
“Em um mês já começam as obras”, afirma Paulo Mamede, detalhando que a primeira licitação será aberta nos próximos dias, referente ao restauro das fachadas, madeiramento, parte elétrica e outros detalhes estruturais dos galpões.
A primeira exposição, garante, acontece já em de junho à agosto, portanto, aberta para a Copa do Mundo, quando ficará pronto o primeiro galpão. Mamede explica que o planejamento para a obra separado por galpões para agilizar o processo, possibilitando intervenções simultâneas e respeitando as especificidades técnicas e demandas por equipamento de cada espaço.
Ainda que fique nos sete galpões, sem a incorporação da Estação, este é um projeto inédito – em dimensões, possibilidades e importância – para a atual gestão estadual. Resta aguardar, acompanhar e torcer.
Fonte: Diário do Nordeste
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