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Escolha do navegador de Internet levou ao indiciamento de esposa

Polícia pede prisão preventiva de Cristiane Renata Coelho Severino. Ela seria a autora das atualizações no perfil de Francilewdo no Facebook e teria feito pesquisa de como matar com chumbinho

Delegado Wilder Brito, responsável pelo caso
Delegado Wilder Brito, responsável pelo caso

“Se ele (Francilewdo Bezerra Severino) tivesse morrido, o crime teria sido um golpe de mestre”, afirmou o perito criminal Luciano Leão, na coletiva de imprensa, na tarde desta quarta-feira, que apresentou a conclusão da Polícia Civil de que Cristiane Renata Coelho Severino, 41, teria matado o próprio filho, Lewdo, 9, e tentando matar o marido, o subtenente do Exército Brasileiro (EB), Francilewdo Bezerra Severino. O crime ocorreu dia 10 de novembro de 2014. A Polícia investiga há cinco meses o caso e agora encaminha para o Ministério Público o pedido de prisão preventiva de Renata, pelas acusações de homicídio triplamente qualificado e tentativa de homicídio.
Segundo o delegado titular da 16º Distrito Policial, Wilder Brito, a Polícia ainda investiga a participação no crime do amante da indiciada.

Provas

O inquérito conta com mais de 20 mil páginas. A questão chave para a Polícia foi descobrir quem atualizou a página no Facebook de Francilewdo no dia do crime. A Polícia afirma que, na ocasião da reconstituição, pediu aos dois, esposa e marido, que refizessem os próprios passos. Ao computador, o subtenente teria aberto na Internet o navegador Mozila FireFox, enquanto Cristiane teria acessado o Internet Explorer. A escolha do navegador por cada um definiu o rumo da investigação policial, já que a postagem e as atualizações no Facebook foram feitas usando o Internet Explorer.

No histórico do mesmo navegador, também foram feitas, no dia 29 de outubro e no dia 10 de novembro, pesquisas sobre como matar uma pessoa utilizando chumbinho.

A Polícia ainda detalhou que o vinho usado no crime foi comprado por Francilewdo e utilizado por Cristiane, que teria persuadido o marido “com sedução” a tomar a bebida com o veneno. Conforme explicou o delegado, a indiciada teria retirado o filho mais novo do quarto das crianças e levado para o quarto do casal para que o menino não assistisse à morte do irmão.

Cristiane ainda teria tentando, sem sucesso, forjar um álibe, fingido que estaria passando mal, logo após ter dado o vinho ao marido, para que as investigações concluíssem que ela estava no hospital na hora do crime. As ligações feitas à Polícia pela mulher, pedindo socorro, também soaram estranhas, segundo os investigadores, uma vez que ela teve a “paciência de detalhar a situação”, que incriminaria Francilewdo, em vez de pedir socorro para o filho, e por ter ligado para a Polícia e não para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

Fonte: O POVO Online com informações da repórter Angélica Feitosa e Mariana Amorim/ especial para O POVO

Zeudir Queiroz