Eliane Arruda

O saber é ilimitado, não acreditamos na história de alguém saber tudo, mesmo dentro da profissão, já que precisa contar com os ensinamentos e descobertas do passado, com as realizações do presente e os projetos cogitados para o futuro. Como simplórias, classificamos as pessoas que pensam saber alguma coisa, pois quanto mais um indivíduo estuda e pesquisa, mas sente as bordoadas do vazio, sem dúvida impreenchível, mesmo que estude e leia o dia inteiro se houver tempo e olhos que resistam. Confiável é o homem que não se considera um sábio, dono da verdade, tem consciência da incompletude humana. É esse que vai beber na fonte da sabedoria, que procura os cursos, sobretudo universitários, busca a informação, as bibliotecas, compra livros e revistas, enfim tudo o que estiver ao seu alcance a fim de progredir como cidadão e profissional. A pessoa preocupada com a busca do saber e do seu crescimento é bem mais fácil de se lidar do que outras que desejam subir, contudo sem a construção sólida do próprio alicerce. Um prédio gigantesco, por exemplo, não sobrevive sem uma boa base. Com relação ao mundo profissional, observamos aquelas pessoas imbuídas de uma grande vaidade, provavelmente, sentindo-se papas com relação aos assuntos inerentes àquela profissão. Eis os tipos que não merecem grande credibilidade, provavelmente apegados às coisas ultrapassadas, e o conhecimento é dinâmico, caminha a passos largos no dia-a-dia. De fato, o saber é ilimitado, mas se provarmos, aos poucos, as suas pitadas, pelo menos forraremos o nosso vazio com o desejo de aprender bem mais e teremos mais noção das coisas que nos cercam, saindo, um pouco, do universo da mesmice da cotidianidade. A natureza legou ao homem a incompletude, provavelmente para induzi-lo a caminhar na intensa busca. Os pensadores, estudiosos antigos, inventores dispunham dessa noção intuitivamente, a ponto de enveredarem pelos cipoais dos estudos, das pesquisas, das discussões, das descobertas. E quantos nos abriram as portas para a atualidade! É fantástico o mundo do conhecimento, comparável à visitação de um prédio imenso, pleno de salas completamente diferentes, cada uma com uma motivação, um tipo de acervo, e nós mastigando a inquietude de não podermos dominar todos aqueles conteúdos, em face da própria limitação humana. Sem dúvida, o homem é um ser muito limitado, todavia pode colocar os pés no caminho da sua própria evolução, quer intelectual, humanística ou espiritual, dependendo do seu livre arbítrio.
Zeudir Queiroz

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