A “novela” em que se transformou os dias de jogos da Copa do Mundo da Fifa, ou pelo menos o capítulo que trata da decretação de feriados nas cidades sedes das competições, poderá ter um desfecho até o fim da tarde desta sexta-feira. O prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, prometeu na manhã de ontem, durante o lançamento de um projeto cicloviário, do Plano de Ações Imediatas de Transporte e Trânsito (Paitt), que irá anunciar hoje os horários e os dias em que os trabalhadores estarão livres para assistir aos jogos da seleção canarinho, na Capital.
O modelo a ser adotado, se o feriado será em todos os jogos da seleção brasileira, se apenas naqueles realizados em Fortaleza ou, ainda, se apenas, em meio expediente, será definido somente hoje pelo prefeito. Ele ainda avalia os relatórios com os cenários elaborados sobre o assunto pela Secretaria Municipal Extraordinária da Copa (Secopafor), sob a supervisão da titular da pasta, Patrícia Macedo.
Até o fim da tarde de ontem, a única certeza era de que industriais, empresários e comerciantes, proprietários de lojas, são contra os feriados, enquanto a classe trabalhadora é a favor. A polêmica era alimentada por posições divergentes de representantes de ambas as partes.
Para Glaydson Mota, diretor da Central Única dos Trabalhadores (CUT-CE), entidade que reúne cerca de 300 categorias de trabalhadores no Estado, o posicionamento “é que tenha feriado nos dias de jogos na Capital”. “O brasileiro é apaixonado por futebol. E nosso papel ao representar os trabalhadores é de participar”, pontuou Mota, para a secretária da Secopafor, na reunião da última quarta-feira.
A favor
Ele ressalta, no entanto, que “as categorias que necessitarem permanecer (trabalhando), devem negociar com os sindicatos que as representam”. O representante do Mova-se, Evaldo Ribeiro, também se manifestou, para o executivo municipal, ser favorável aos feriados nos dias de jogos da seleção brasileira.
“Concordamos com o feriado. Estamos aqui (na reunião de 4ª feira) representando de 125 mil a 130 mil servidores públicos. E reforçamos que os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário podiam participar dessa discussão. “Na Alemanha, no Japão, na África do Sul, foi feriado, (nos dias de jogos da Copa), por que aqui não será?”, cobra o representante da Fetrafi-NE, Gustavo Tabatinga, ao questionar como é que o Brasil vai sediar uma Copa e alijar as classes trabalhadores de participar da festa.
Contra
Liderança do setor do comércio, o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL Fortaleza), o empresário Freitas Cordeiro, também cobra uma definição por parte da Prefeitura, para que os lojistas possam construir estratégias de atuação e de organização das empresas nos dias da competição. Segundo ele, cada dia do comércio com portas fechadas representa perdas de 5% no faturamento das lojas.
Carlos Eugênio
Repórter
Fonte: Diário do Nordeste
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