O anúncio foi feito, ontem, por Roberto Cláudio; áreas da Educação e Saúde também terão seleções
Em breve, Fortaleza irá contar com mais guardas municipais para auxiliar na segurança das ruas da cidade. Isso será possível porque, ainda neste ano, será realizado um concurso que ofertará 1.000 vagas para a Guarda Municipal de Fortaleza. A notícia foi divulgada, ontem, pelo prefeito Roberto Cláudio, em visita ao Sistema Verdes Mares. Do total de vagas, 90 serão destinadas aos agentes de Defesa Civil e 30 estarão abertas aos agentes de Segurança Institucional.
No momento, os 680 guardas da cidade de Fortaleza atuam em diversos locais públicos da cidade, como secretarias, prédios, escolas, hospitais, postos de saúde, terminais de ônibus, parques, praças, lagoas FOTO: KID JÚNIOR
Atualmente, a Capital conta com cerca de 680 guardas municipais. A onda de violência que a cidade vive é prova de que o número não tem sido suficiente para atender toda a população. O titular da Guarda Municipal, Francisco Veras, reconhece o problema e diz que, com o concurso, o número de guardas será mais que o dobro do que é hoje e contará com 1.560 homens.
Efetivo
No momento, os 680 guardas de Fortaleza atuam em diversos locais públicos da cidade, como secretarias, prédios, escolas, hospitais, postos de saúde, terminais de ônibus, parques, praças, lagoas, entre outros. Após o concurso, com o incremento de mais 880 homens nas ruas, Veras garante que o reforço estará mais completo, mas acredita que ainda irá precisar de mais pessoas. Contudo, afirma que isso envolve uma questão orçamentária e precisa ser revista com cautela. O último concurso realizado para Guarda Municipal foi em 2006, e os aprovados foram chamados em março de 2008. Ainda não se sabe quando o processo começa e quando os aprovados serão convocados. O salário atual de um guarda municipal, hoje, é no valor de R$ 2.212,00.
Demais concursos
Outras duas categorias que serão beneficiadas com concursos é a de professores (ainda neste ano) e profissionais da saúde, também conforme anúncio do prefeito, ontem.
Quem atua na saúde também já pode aguardar um concurso para contratar profissionais para o Hospital da Mulher. Entretanto, a assessoria de imprensa da Prefeitura de Fortaleza ainda não sabe a quantidade de vagas que serão disponibilizadas, nem adiantou a data que deve ser lançado o edital.
Porém, ainda neste ano, será feito um levantamento para saber a quantidade necessária de profissionais para o hospital. “Recebemos sem nenhum real de orçamento e sem nenhum profissional de carreira. Neste momento, ele está funcionando com profissionais emprestados da rede pública de saúde. Precisa de um concurso público para ele”, disse o prefeito.
´Segurança também é problema da Prefeitura´
A falta de áreas de lazer ou locais que ofereçam oportunidades de capacitação pode ser a mola propulsora para que jovens se aproximem da violência. Para mudar este cenário, a Prefeitura resolveu assumir o problema junto ao governo do Estado. “Segurança pública é também responsabilidade da Prefeitura”, afirmou o prefeito Roberto Cláudio.
“Se olharmos para as áreas mais violentas, percebemos que são as com menor quantidade de creches, praças, saneamento, escolas e energia. Ou a Prefeitura assume essa responsabilidade ou a situação fica pior”, avalia. O ponta-pé inicial, conforme o prefeito, foi criar um grupo de trabalho sobre o tema e pedir ajuda financeira ao governo federal.
A carência de políticas públicas é sentida pela dona de casa Cristiana Portugalo, 21 anos. Moradora do bairro São João do Tauape, ela perdeu dois irmãos em situações de violência. Para ela, faltam projetos que estimulem a ocupação dos jovens. “Se tivesse um lugar que oferecesse cursos gratuitos, talvez meus irmãos não tivessem entrado no crime e hoje estivessem aqui”.
Para solucionar o problema, o prefeito irá oferecer 6 mil vagas gratuitas em um cursinho preparatório para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) a partir de maio.
Estrutura de postos é precária
O Centro de Saúde Pio XII, por exemplo, está fechado há cerca de um ano porque passa por uma reforma que nunca foi concluída FOTO: NATINHO RODRIGUES
Uma grande reestruturação para os postos de saúde. É o que promete fazer Roberto Cláudio ainda neste ano. O pacote de ações inclui a reforma e ampliação de 75 dos 92 postos e a construção de 25 novas unidades. O plano será apresentado no próximo dia 10, mas o prefeito já adianta que, até 31 de maio, será licitada a reforma de 50 unidades e, até 31 de junho, a construção dos novos centros de saúde.
Mas, as mudanças não param por aí. O gestor anunciou a contratação de 112 novos médicos e a ampliação da cobertura do Programa de Saúde da Família (PSF) de 33% de cobertura na Capital para 50%, a partir deste mês. Serão realizadas alterações na rotina dos postos de saúde.
Roberto Cláudio ressalta que a preocupação inicial com posto de saúde se dá devido às condições precárias e, às vezes, até indignas de algumas unidades.
Enquanto as mudanças não ocorrem, segundo a manicure Gardênia Andrade, 28 anos, moradora do bairro São João do Tauape, os usuários da rede básica sofrem com as unidades totalmente desestruturadas. O desabafo de Gardênia foi gerado por uma situação que ela precisa conviver há um ano: o posto de saúde próximo a sua casa está fechado por causa de uma reforma que nunca é concluída. A unidade é o Centro de Saúde Pio XII. Já no Centro de Saúde Irmã Hercília Lima Aragão, apesar de ter médico e atendimento, os pacientes reclamam da falta de conforto e das instalações precárias.
A respeito dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps), Roberto Cláudio afirma ter encerrado o contrato com a empresa que prestava serviço para a prefeitura e está contratando outra. “O contrato era ilegal e imoral, por isso cancelamos. Não podia manter o contrato sob risco de uma ato de improbidade, portanto, estamos migrando os profissionais para um outro contrato legal”, diz.
LÍVIA LOPES/KARLA CAMILA
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