Com cortes, IFCE só consegue se manter até agosto, diz reitor

O reitor do Instituto Federal do Ceará (IFCE), Virgílio Araripe, disse nesta sexta-feira, 31, que, por conta dos cortes anunciados pelo governo federal no ensino superior, o funcionamento da instituição pode ficar comprometido a partir de agosto. “Com o valor do nosso orçamento comprometido, só conseguimos manter e chegar com a instituição até o final de agosto”, disse.
Reitor do IFCE participou de evento para debater cortes na Assembleia (Foto: Divulgação/AL-CE)
Virgílio participou de evento para debater contingenciamento no setor realizado nesta sexta-feira na Assembleia. Em discurso ao lado de reitores da Universidade Federal do Ceará (UFC) e da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), Virgílio lamentou ainda o impacto dos cortes no IFCE. “Temos todos os nossos cursos muito bem avaliados, com conceitos altos nos medidores de educação, e muito importantes para o desenvolvimento regional do nosso Estado. Em vez de retroceder, devemos valorizar nossas instituições, pois o verdadeiro caminho para o desenvolvimento nacional passa pela educação, ciência e tecnologia “, disse. Presente no evento, o reitor da Universidade Federal do Ceará (UFC), Henry Campos, acusou o governo federal de tocar “uma clara campanha de desmoralização” de universidades públicas do País. Segundo o dirigente da UFC,  ação seria patrocinada por “cortes brutais” anunciados no setor e pela veiculação de “falácias e inverdades”. “É falacioso e inverdade dizer que o Brasil já gasta muito com educação superior. Outra inverdade dita por Jair Bolsonaro é que toda pesquisa no Brasil é realizada por universidades privadas, quando, na realidade, 95% das pesquisas feitas no País são de universidades públicas”, disse Henry, durante audiência na Assembleia para discutir cortes no setor. Reitor da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), Alexandre Cunha Costa também protestou contra os cortes. ““Questiono-me e lanço esse questionamento reflexivo sobre como seria o estado do Ceará e o Nordeste brasileiro sem as universidades públicas aqui representadas. É difícil imaginar isso”. O que dizem os reitores: “Apesar de concentrarem 20% dos alunos do ensino superior do País, essas instituições respondem por mais de 90% das pesquisas. A nossa universidade forma agora em julho o profissional de número 100 mil. Essa é a balbúrdia que produzimos”, Henry Campos, reitor da UFC. “Temos todos os nossos cursos muito bem avaliados, com conceitos altos nos medidores de educação, e muito importantes para o desenvolvimento regional do nosso Estado. Em vez de retroceder, devemos valorizar nossas instituições”, Virgílio Araripe, reitor do IFCE. “Questiono-me e lanço esse questionamento reflexivo sobre como seria o estado do Ceará e o Nordeste sem as universidades aqui representadas. É difícil imaginar isso, portanto não há como medir a dimensão da importância das universidades”, Alexandre Cunha, reitor da Unilab. “Cortamos todos os auxílios para pesquisadores, além de manutenção predial (…) somos vistos como ameaças, quando, na verdade, poderíamos ser a solução”, Ricardo Luiz, reitor da UFCA.
Zeudir Queiroz

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