A falta de infraestrutura adequada desmotiva empresariado a elevar investimentos na área que ainda não cresceu
Juazeiro do Norte. Empresários deste município se reuniram ontem, durante almoço oferecido pelo Sindicato das Indústrias de Calçados e Vestuário de Juazeiro do Norte e Região (Sindindústria), com o presidente do Conselho do Desenvolvimento Econômico do Estado do Ceará (Cede), Alexandre Pereira. O objetivo do encontro foi firmarem nova cobrança de investimentos por parte do governo do Estado para revitalização do Distrito Industrial do Cariri.
A área foi construída em 1992 com a finalidade de favorecer a atração de empresas de diferentes segmentos. Só quatro indústrias estão no local, como a Fortical, de estruturas metálicas fotos: Roberto Crispim
Alvo de inúmeras reuniões, encontros e debates, o Distrito Industrial vinha, nos últimos meses, se tornando uma espécie de “dor de cabeça” para dirigentes classistas, tendo em vista a insatisfação de grande parte do empresariado da região, devido à falta de infraestrutura que o local apresenta. As discussões em torno da revitalização do Distrito Industrial já duram mais de duas décadas.
Com área superior a 1,6 milhão de metros quadrados, o equipamento possui capacidade para abrigar até 50 indústrias de grande porte. Quatro indústrias, no entanto, continuam ativas no local. As mais antigas são a Trevo Indústria de Gesso e a Fortical. O distrito foi construído em 1992 com a finalidade de favorecer a atração de empresas de diversos setores, aumentando, a partir daí, o número de oportunidades de trabalho e, consequentemente, a geração de emprego e renda. O resultado esperado, no entanto, até hoje não foi alcançado. “O equipamento possui a finalidade de garantir o desenvolvimento da região. É fundamental sua existência, inclusive, para que isso venha realmente acontecer”, avalia o presidente do Sindindústria, Antônio Barbosa Mendonça.
Segundo ele, é preciso que haja um esforço coletivo, envolvendo os governos municipais e estadual, para que a área possa receber obras que ampliem a infraestrutura necessária ao atendimento das grandes empresas. “É preciso garantir condições de transporte, água, energia elétrica. Estas questões são básicas para a instalação de novas indústrias”, ressalta.
Ele garante que, nas condições em que a área se encontra, dificilmente, haverá possibilidade para que indústrias de outros Estados sejam atraídas ao local. Entretanto, observa que, mesmo com carências na área, empresários da região vão instalar novas indústrias no distrito, até mesmo para sensibilizar o governo a mais investimentos na região.
Escrituras
Durante o encontro de ontem, foram assinadas doze escrituras pertencentes ao território de Juazeiro do Norte. Empresários de Crato e Barbalha também se dispuseram a realizar instalações de suas marcas nos territórios pertencentes aos dois municípios. “Nós deveremos chegar a cerca de 30 novas empresas atuando no distrito industrial”, informa Antônio Mendonça.
Para o presidente do Conselho do Desenvolvimento Econômico do Ceará, Alexandre Pereira, a classe empresarial possui razão nas reclamações apresentadas. Ele informou que a revitalização do Distrito Industrial do Cariri é uma das prioridades do governo estadual na região. “Nós, inclusive, já encaminhamos uma equipe de engenheiros para que seja elaborado um laudo contendo a análise técnica das demandas existentes na área”, disse.
Até o final deste mês, conforme Pereira, deverá ser concluído processo licitatório para contratação da empresa que ficará responsável pelo serviço de pavimentação das ruas localizadas no distrito. “As prefeituras realizaram a abertura de várias artérias. Porém, estas ainda não receberam a devida pavimentação. Queremos encerrar até o fim deste mês o certame licitatório para que tenhamos a condição de realizarmos esta obra em todas as ruas já existentes”, disse.
Sobre a falta de água e de energia elétrica em grande parte do Distrito Industrial, Pereira salientou que “com o laudo dos engenheiros haverá a possibilidade destas pendências também serem sanadas”.
Ele confirmou a expansão do local com a chegada das novas empresas. Disse que, com o aumento de indústrias no distrito, haverá crescimento considerável no que diz respeito a oportunidade de vagas no mercado de trabalho. “Nós sairemos de quatro indústrias para cerca de 30 empresas, com atividades diversificadas. Isso gera uma expectativa de, pelo menos, duas mil novas oportunidades de emprego na região”, calculou.
Sobre o volume de recursos do governo estadual para revitalização do lugar, disse ainda não ter uma previsão.
“Enquanto não for finalizado esse primeiro momento, que é o de conhecimento da situação, não há como falar em volume de recursos. O que nós vamos fazer, já agora, é solicitar junto ao governador Cid Gomes que o recurso, em futuro próximo, seja oriundo do tesouro estadual”, concluiu o presidente do Cede.
Meta
“Queremos contribuir para o desenvolvimento da região, a partir da instalação de novas empresas no distrito”
Alexandre Pereira
Pres. do Cons. do Desenv. Econômico do CE
“Somente com a participação coletiva de empresários e governos municipais e estadual, o distrito será ampliado”
Antônio Barbosa Mendonça
Presidente do Sindindústria
Mais informações
Sindindústria – Juazeiro do Norte
Telefone: (88) 3571.2010
Conselho Estadual de Desenvolvimento Econômico Telefone: (85) 3101.1602
ROBERTO CRISPIM
COLABORADOR
Do Diário do Nordeste
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