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Cid admite problemas de execução em obras

Praticamente decidido a deixar o comando do governo do Estado e há dez dias da data final – 5 de abril próximo, – para se desincompatibilizar do cargo e poder concorrer a uma vaga no Legislativo, o governador Cid Gomes disse ontem, que o próximo governante vai poder dispor, se não no caixa do tesouro, mas “com as equações financeiras definidas”, com os contratos celebrados, cerca de R$ 10 bilhões para investimentos em 2014.

No fim da tarde, após um dia de reunião com todo o corpo de secretários, para avaliação do Monitoramento de Ações e Programas Prioritários (Mapp), ele revelou algumas obras que gostaria de ver mais avançadas, mas que ainda não andaram por problemas de execução por parte das empreiteiras e construtoras.

Incômodo

“Há obras que me incomodam muito”, declarou o governador, citando como exemplo principal o Cinturão das Águas.

“Temos recursos em caixa, pagamos rigorosamente em dia, é uma obra horizontal, que foi dividia em cinco trechos, mas que não andam a contento”, reclamou o governador cearense.

“Tenho apelado para que cada empreiteira, cada consórcio (construtor), divida isso (os cinco trechos) em quatro frentes de atuação, de trabalho, mas infelizmente não está no ritmo que eu gostaria. A mesma coisa acontece com o VLT (veículo leve sobre trilhos, que fará a linha Parangaba-Mucuripe), aqui em Fortaleza”, criticou. Segundo Cid Gomes não têm faltado recursos financeiros para investimentos, situação de conforto que o Estado teria conseguido a partir da melhoria da capacidade de arrecadação e do avanço das negociações das operações de crédito, nos financiamentos pleiteados junto ao governo Federal e a bancos nacionais e estrangeiros.

Conforme disse, dos R$ 10 bilhões previstos para investimentos em infraestrutura neste ano, pelo menos R$ 5 bilhões, ou 50%, já estariam garantidos, sendo R$ 2,5 bilhões para as obras físicas do Cinturão das Águas e outro montante semelhante para o metrô da Linha Leste, que irá interligar o Centro de Fortaleza ao bairro Edson Queiroz, próximo do Fórum Clóvis Bevilaqua.

Outras obras apontadas pelo governador, que gostaria de ver andando com maior velocidade, são a duplicação da CE-060, no trecho entre os municípios de Guaiúba, Redenção e Acarape, e a CE-065, que irá interligar a praia da Sabiaguaba ao Eusébio, interligando o Praia do Futuro ao anel viário. Segundo Cid, a obra já começou, e deve ser implementada nos próximos meses. Conforme explicou, a parte da rodovia que fica no município do Eusébio já está com as licenças ambientais resolvidas, mas o trecho de Fortaleza, ainda aguarda liberação do licenciamento ambiental, por parte do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico Nacional) e da SPU (Secretaria do Patrimônio da Ünião).

Despedida?

Após a reunião “especial” do Mapp, em que tratou sobre a violência em Fortaleza, e onde o governador pediu a todos os secretários um diagnóstico, um balanço das obras, com 111 indicadores das realizações dos últimos sete anos e os desafios a vencer; Cid Gomes destacou a saúde financeira do Estado.

Capacidade e balanço

“Nesses sete anos, temos conseguido elevar a receita acima da inflação, temos elaborado projetos que têm ampliado a nossa capacidade de investimento. Hoje, a nossa capacidade de endividamento triplicou. Poderíamos contrair R$ 24 bilhões, mas não ultrapassaremos os R$ 1,5 bi em 2014”, frisou. “O dia do fico ou do sai será em 5 de abril, mas no fim de março vamos apontar à sociedade cearense o conjunto de indicadores, como foi a evolução nesses sete anos e quais são as metas para este ano”, respondeu, sem dizer se deixa ou não o governo agora.

Carlos Eugênio
Repórter

 Diário do Nordeste
Zeudir Queiroz