Ceará registra chuvas após quatro meses de estiagem

As precipitações registradas ontem foram de pequena intensidade, mas para quem vem vivenciando chuvas abaixo da média há quatro anos, qualquer gota renova as esperanças de tempos melhores ( Foto: NAtinho Rodrigues )
As precipitações registradas ontem foram de pequena intensidade, mas para quem vem vivenciando chuvas abaixo da média há quatro anos, qualquer gota renova as esperanças de tempos melhores ( Foto: NAtinho Rodrigues )
Iguatu. A Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) registrou chuva em 29 dos 184 municípios cearenses, entre as 7 horas de quarta-feira e 7 horas de ontem. As precipitações do período de pré-estação foram de baixa pluviometria entre 12 e 31 milímetros. As chuvas foram ocasionadas por atuação de um Vórtice Ciclônico de Altos Níveis, sistema meteorológico característico dessa época do ano. De acordo com boletim da Funceme, o maior volume de chuva ocorreu em Palmácia (31.8 mm), seguido por Paraipaba (18 mm), São Gonçalo do Amarante (16.6 mm) e Tianguá (15.4 mm). A Chapada da Ibiapaba teve o maior número de cidades com registro de precipitação. Houve chuvas em cinco municípios da Serra Grande: Tianguá, Viçosa do Ceará, São Benedito, Ipu e Guaraciaba do Norte. Ontem, no Cariri, não houve registro de chuvas. Curiosamente, é a região por onde costumam começar as precipitações de pré-estação (dezembro e janeiro) e da quadra chuvosa (maio a fevereiro). A Funceme prevê chuvas para todas as regiões do Ceará nesta sexta-feira, 18, e neste sábado, 19, de forma isolada. De acordo com o meteorologista da Funceme, Raul Fritz, há nuvens sobre o Estado que estão associadas à atuação de um Vórtice Ciclônico de Altos Níveis. “É um fenômeno típico desse período do ano”, frisou. f A Funceme não apontou quais regiões terão maior probabilidade de chuva, no entanto, é comum que na faixa litorânea ocorra no pela manhã, enquanto nas regiões Centro-Sul e Cariri, a pluviosidade incida, geralmente, no fim da tarde e noite. Raul Fritz ressalta, porém, que as chuvas não devem ser de grande intensidade. “Este fenômeno, comum na pré-estação chuvosa, que iniciou neste mês, deve durar até fevereiro, tendo seu ápice em janeiro”, explicou. Os meteorologistas mantém a previsão inicial de chuvas abaixo da média, tanto na pré-estação, quanto na quadra chuvosa, em decorrência da influência do fenômeno El Niño, que está muito intenso, provocando cheias na região Sul do Brasil e seca no Nordeste brasileiro. As maiores chuvas, ontem, foram registradas em Palmácia (31.8mm), Paraipaba (18mm), São Gonçalo do Amarante (16.6 mm), Tianguá (15.4 mm), Viçosa do Ceará (14mm), Acaraú (13mm) e Senador Sá (12mm). As precipitações amenizaram temperatura e contribuíram para elevar a umidade relativa do ar que, na semana passada, chegou ao nível de emergência no Ceará, em torno de 11%. A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera como ideal a umidade do ar acima de 60%. O sertanejo está de olho no céu, depois de quatro anos seguidos de seca e com perspectiva de prolongamento da estiagem pela próxima quadra chuva. Neste mês de dezembro, os mais idosos, que mantêm tradição, fizeram experiências populares e observaram indicativos favoráveis para a quadra chuvosa de 2016. “O vento Aracati está forte e regular, vem todas as noites, a florada da aroeira e do pau d’arco também é intensa”, disse o produtor rural Marciano Souza. “Se não houver mudança, teremos boas chuvas, precisamos, queira Deus”, completou. Os agricultores estão preocupados, mas esperançosos de que haverá boas chuvas no ano que se aproxima. “As experiências são boas”, disse o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Iguatu, Evanilson Saraiva. “Se não acontecer um bom inverno a situação vai ficar muito grave, sem água e sem produção”. Os moradores do Interior observam que o tempo está mudando, com ocorrência de nuvens pela manhã cedo. O nível médio dos reservatórios está em 12,6% de acordo com dados da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh). A cada semana, os açudes perdem água por evaporação e usos múltiplos. Dos 153 açudes monitorados pelo órgão, 132 estão com volumes abaixo de 30%. As três bacias que apresentam menor volume são: Baixo da Jaguaribe (0,25%), Sertões de Crateús (1,15%) e Banabuiú (3,24%). Mais informações: Funceme Telefone: (85) 3101-1117 www.funceme.br Cogerh Telefone: (85) 3218-7024 Fonte: http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/
Zeudir Queiroz

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