Camocim poderá receber mais um estaleiro

A Adece e a empresa Internacional Marítima visitaram o Município na última terça-feira, onde viram o local previsto para o estaleiro e assinaram o documento, também firmado pela prefeita de Camocim
FOTO: JESSYCA RODRIGUES
A Agência de Desenvolvimento Econômico do Estado (Adece) assinou memorando de entendimentos com a empresa produtora de embarcações navais Internacional Marítima LTDA e a prefeitura de Camocim para a construção de um estaleiro de médio porte no município cearense. Com projeto para realizar manutenção e reparo naval, além da construção de embarcações de pequeno e médio porte, o empreendimento deverá ser instalado em três fases, totalizando investimento de R$ 120 milhões. Esta é segunda empresa interessada em construir um equipamento do gênero na região, visto que a russa JSC SSTC já havia anunciado o plano de construir uma indústria naval por lá e que pode contar com sócios alemães da Nordic Yards Wismar GmbH . O presidente da Adece, Roberto Smith, visitou o município na última terça-feira, juntamente empresário Luiz Carlos Cantanhede, da Internacional Marítima, onde viram o local previsto para o estaleiro e assinaram o documento, também firmado pela prefeita de Camocim, Monica Aguiar. “Eu vejo com bons olhos esse empreendimento. A empresa se mostrou muito interessada e acredito que haverá resultados ainda neste segundo semestre”, afirmou Smith. Possíveis sócios A Internacional Marítima é maranhense e possui nove empresas, com mais de cinco mil funcionários. Smith explica que os planos são de que ela lidere uma parceria para o empreendimento, que também contará com outros sócios, brasileiros e estrangeiros. Uma outra empresa europeia, inclusive, participou do encontro no município e já está estudando a sociedade, na qual entraria com conhecimento tecnológico e de produção. O nome e a nacionalidade da empresa, contudo, não foram divulgados. “Não queremos uma empresa que instale um estaleiro no Ceará sem possuir raízes aqui no Brasil. A ideia é que haja uma brasileira à frente, junto com investidores nacionais e internacionais, e que seja desenvolvida uma tecnologia própria”, afirma o presidente da Adece. Roberto Smith declarou ainda que há o interesse de a Adece entrar no empreendimento como sócia e que essa possibilidade foi apresentada aos investidores. Entretanto, pondera, essa decisão ainda não está tomada. “Existe a possibilidade de sociedade, mas isso depende de análise de recursos e de aprovação na Assembleia Legislativa. Mas é sempre possível, porque este é um empreendimento importante para o Estado e com potencial de expansão”, esclarece. Conforme determinado no memorando, a Adece viabilizará as obras de infraestrutura complementares à instalação do estaleiro, bem como orientará a Internacional Marítima na condução do projeto com vistas à concessão de incentivos fiscais. “A infraestrutura não implicará em muitos recursos, porque o porte do empreendimento não exige uma área com grande calado. Ele estará localizado no estuário em Camocim que, hoje, tem profundidade de seis a sete metros em maré alta, o que já o viabiliza. Mas, de toda forma, será estudado se precisará de dragagem”, complementa. Na primeira etapa do estaleiro já haveria o reparo e manutenção naval. “Hoje, as embarcações brasileiras são levadas para reparo em outros países. Existe muita demanda para isso, assim como para a construção de navios de pequeno e médio porte, que serão necessários para que a Petrobras amplie a sua exploração de petróleo”, aponta. Os navios a serem construídos pelo estaleiro deverão ser da ordem de cinco a oito mil toneladas. Com a instalação da indústria naval, Smith adianta que deverá ser constituído um parque industrial naval no município. “Quando começa uma indústria desse tipo, as empresas fornecedoras se instalam em áreas próximas, formando um polo”, conta. “Destaco ainda o impacto oriundo do incremento na capacidade de competição com a oferta nacional e internacional de produtos e serviços navais, a partir da estruturação de um portfólio de contratos e encomendas com destaque para a demanda vinculada à expansão da produção nacional de petróleo offshore e das necessidades de suprimentos e logística”, complementa Smith. Empregos A estimativa é de que o estaleiro, quando completas as suas três fases, deverá gerar cerca de 1.200 empregos diretos. “Isso vai demandar um preparo grande de mão de obra para trabalhar lá. Para isso, visitei a escola técnica profissionalizante da região. Nestas escolas, existe a flexibilidade curricular para se adequar às demandas existentes. Quando o empreendimento estiver certo, confirmado, pensaremos nisso, será possível expandir os currículos”. Sérgio de Sousa Repórter Fonte: Diário do Nordeste
Zeudir Queiroz

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