Proposta de Diálogo Sem Pré-condições

O presidente russo, Vladimir Putin, propôs neste sábado (10) o reinício das negociações diretas com a Ucrânia, marcadas para quinta-feira (15), em Istambul, na Turquia. A iniciativa visa discutir um possível cessar-fogo entre os dois países, que estão em conflito há mais de três anos.
“Gostaríamos de começar imediatamente, já na próxima quinta-feira, 15 de maio, em Istambul — onde elas estavam sendo realizadas antes de serem interrompidas”, disse Putin em um discurso televisionado.
O líder russo ressaltou que as negociações devem ser realizadas “sem quaisquer pré-condições” e com o objetivo de “eliminar as causas profundas do conflito” e “alcançar o estabelecimento de uma paz duradoura e de longo prazo”.
Pressão Internacional por Cessar-Fogo Imediato
A proposta de Putin foi feita poucas horas após líderes da Alemanha, França, Reino Unido e Polônia exigirem um cessar-fogo de 30 dias a partir de segunda-feira (12), sob ameaça de “sanções massivas”, conforme anunciado pelo presidente francês Emmanuel Macron durante visita à Ucrânia.
Os líderes europeus contaram com o apoio dos Estados Unidos, após uma ligação conjunta com o presidente Donald Trump. Segundo os europeus, Trump também defendeu a necessidade de um cessar-fogo imediato.
Resposta Rígida do Kremlin
Em resposta à pressão internacional, o porta-voz do governo russo, Dmitry Peskov, declarou que “a Rússia é resistente a qualquer tipo de pressão”. Ele afirmou que Putin apoia a ideia de um cessar-fogo generalizado, mas destacou que ainda há “muitas perguntas” não esclarecidas na proposta ocidental.
Histórico de Negociações e Mediação Turca
Rússia e Ucrânia não mantêm conversas diretas desde a invasão russa em 2022. No último domingo (4), Putin afirmou que discutiria o reinício das negociações com o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, reforçando a Turquia como mediadora importante no processo.
A Ucrânia, por sua vez, já havia sinalizado há dois meses o desejo de um cessar-fogo de 30 dias — proposta amplamente apoiada por seus aliados europeus e pelo governo Trump.
EUA Intensificam Participação Diplomática
Apesar de oferecer concessões inéditas à Rússia, o governo dos EUA, sob Trump, não obteve sucesso até o momento em convencer Moscou a aceitar um cessar-fogo temporário. O enviado especial da Casa Branca, Steve Witkoff, já visitou Putin quatro vezes neste ano, buscando avançar nas negociações.
O secretário de Estado americano, Marco Rubio, alertou em abril que os EUA abandonariam as conversas se não houvesse progresso. Agora, os Estados Unidos se unem à Europa para intensificar a pressão sobre o Kremlin.
Putin Reforça Interesse em Solução Duradoura
Putin negou ter recusado diálogo com a Ucrânia e afirmou que a decisão está agora nas mãos de Kiev. “Não descartamos que durante essas negociações haverá a possibilidade de se chegar a algum tipo de nova trégua”, declarou o presidente russo.
Para Putin, o diálogo deve ser o “primeiro passo para uma paz estável e duradoura”, e não um pretexto para a Ucrânia se rearmar com apoio do Ocidente. O presidente voltou a citar a expansão da OTAN como uma das “causas profundas” do conflito, que segundo ele, precisam ser abordadas nas negociações.
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