Projeto da Colossal Biosciences edita DNA de lobos-cinzentos e gera animais com características da espécie extinta

Cientistas da empresa norte-americana Colossal Biosciences anunciaram o nascimento de três filhotes com genes do lobo terrível, espécie extinta há aproximadamente 13 mil anos. Os animais foram desenvolvidos a partir de embriões geneticamente modificados e implantados em cadelas, em um processo inédito que a empresa classifica como um marco na desextinção.
Batizados de Romulus, Remus e Khaleesi, os filhotes apresentam porte maior e pelagem densa e clara, traços associados ao lobo terrível, popularizado pela série “Game of Thrones”. Eles vivem atualmente em uma propriedade privada de 2 mil acres no norte dos EUA.
Avanço genético e processo de criação
A base do projeto foi o DNA extraído de fósseis encontrados em Ohio e Idaho. Com esse material, os cientistas conseguiram identificar 80 genes que diferem entre lobos-cinzentos e terríveis. Desses, 20 foram editados, e 15 efetivamente usados, por questões de segurança biológica. As células modificadas deram origem a embriões, implantados em cadelas.
Dos quatro filhotes gerados, três sobreviveram. O quarto morreu por causas naturais e não relacionadas ao experimento genético.
Implicações para a preservação de espécies
A Colossal afirma que a tecnologia usada pode beneficiar espécies ameaçadas, como o lobo-vermelho, que hoje sobrevive apenas na Carolina do Norte. A empresa já clonou quatro híbridos de lobo-vermelho com coiote, encontrados no Texas e na Louisiana. Esses clones podem ajudar a reforçar a diversidade genética da população remanescente.
Ética, riscos e futuro da espécie
Apesar do entusiasmo, a iniciativa levanta dúvidas éticas e ambientais. Soltos na natureza, os animais enfrentariam um ambiente bem diferente da Era do Gelo, com escassez de presas e disputa de território com os lobos-cinzentos, ainda ameaçados.
No mês passado, 60 organizações ambientais protestaram contra um projeto de lei que remove os lobos-cinzentos da lista de espécies ameaçadas, o que pode intensificar a caça e reduzir a população.
A paleontóloga Julie Meachen, especialista em lobos terríveis, diz ter sentimentos mistos sobre o projeto. “A criança dentro de mim quer ver como eles são, mas tenho dúvidas. Já enfrentamos desafios com os lobos de hoje”, afirmou.
“É um passo para o futuro”, diz cientista
A diretora científica da Colossal, Beth Shapiro, celebrou o avanço e defendeu a iniciativa como um caminho para entender e preservar a biodiversidade:
“Estamos criando cópias funcionais de algo que já viveu. Isso pode mudar como protegemos espécies ameaçadas”, afirmou.
Por enquanto, os filhotes permanecerão em cativeiro, sendo monitorados por uma equipe de cientistas. A Colossal também mantém diálogo com comunidades indígenas, como a Nação MHA, que vê no projeto uma chance de reconexão com a ancestralidade.
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Com informações de www.infomoney.com.br/
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