A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta sexta-feira que considera um “absurdo” e “extremamente perigoso” paralisar obras que estão em andamento no Brasil, porque não há ressarcimento em caso de erro dos órgãos fiscalizadores que determinam as paralisações. Dilma fez a declaração ao ser questionada, em entrevista a rádios do Rio Grande do Sul, sobre relatório do Tribunal de Contas da União recomendando a paralisação de sete obras com recursos públicos devido a indícios de irregularidades. A presidenta também falou sobre a visita ao Pólo Naval do Rio Grande do Sul, para a entrega de uma plataforma de petróleo.
– A P-58 faz parte desse esforço que nós fizemos para mudar a questão do estaleiro. Essa é outra coisa que eu também sou apaixonada, estaleiro. Fomos player em 1982, aí acabou a indústria naval, ela foi praticamente destruída. Em 2003 tinham dois mil trabalhadores, hoje tem 73 mil trabalhadores, cada plataforma emprega em torno de cinco mil trabalhadores – disse, na entrevista
Após a entrevista, Dilma seguiu para o seu principal compromisso no Estado. Ela viajou para Rio Grande, onde participou da cerimônia de entrega da plataforma P-58. Em setembro, devido ao mau tempo, o Palácio Piratini serviu de palco para a assinatura dos contratos de montagem das plataformas P-75 e P-77. Na ocasião, como não foi à cidade, a P-55 ficou sem a cerimônia de batismo. Dilma Rousseff afirmou, ainda, na entrevista para as rádios Bandeirantes AM e Cultura Riograndina, que a conclusão da plataforma P-58 é um exemplo do ressurgimento da indústria naval brasileira.
Na véspera, após partiricipar da cerimônia de anúncio de investimentos do PAC 2 Mobilidade Urbana, em São Paulo, a presidenta embarcou rumo a Porto Alegre no fim da tarde. Dilma desembarcou no Aeroporto Salgado Filho por volta das 20h e, sem dar entrevistas, dirigiu-se para o seu apartamento na Capital.
– O total de trabalhadores que toda a indústria tinha já escutei que havia 7 mil. É ridículo que toda a indústria naval de um país tivesse 7 mil trabalhadores. Quero garantir uma coisa para vocês. E não garanto coisas que não acredito ser possível de ser feita. É impossível que haja algum risco de não haver contratos para produção de equipamentos e navios. A dificuldade vai ser outra. A dificuldade é a de nós sermos capazes de produzir, com qualidade, esses navios, essas plataformas. Vamos ter de dar conta. Nesse campo de Libra, só para vocês terem ideia, só de plataforma está entre 12 a 16. Isso significa que teremos demandas extras. Vocês sabem como isso é importante para os estaleiros – afirmou.
Esta é a sétima visita da presidenta ao Rio Grande do Sul, neste ano. Desde agosto, a presidente visitou o Estado uma vez por mês. Em outubro, inaugurou creches e participou de formatura do Pronatec, além de anunciar verba para o metrô de Porto Alegre. A plataforma inaugurada é a quarta a ser concluída em Rio Grande. As anteriores, pela ordem, foram P-53, P-63 e P-55. A embarcação é do tipo FPSO (sigla em inglês para plataforma flutuante que produz, processa, armazena e escoa petróleo).
O modelo também é chamado de navio-plataforma, porque é montado sobre um casco, diferente do equipamento anterior, que era um quadrado montado sobre quatro grandes pilares. A P-58 foi montada no Estaleiro da Quip, pela CQG Construções Offshore e pela Quip. Vai operar na costa do Espírito Santo. Dilma é muito identificada com o projeto do polo naval gaúcho, que ajudou a consolidar ainda no Ministério de Minas e Energia, durante o governo Lula.
Fonte: Correio do Brasil
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