A tolerância zero para atos de violência nos estádios cearenses deu mais um passo. Em reunião com representantes de torcidas organizadas de Ceará e Fortaleza, com representantes dos dois clubes, definiu que nem mesmo xingamentos ou menções ao nome das torcidas organizadas serão permitidos no Clássico-Rei de amanhã, na Arena Castelão, pela Copa do Nordeste.
De acordo com o comandante do Batalhão de Policiamento de Eventos (BPE), tenente coronel Aginaldo Oliveira, caso haja flagrante durante a partida, o puxador (líder da torcida responsável por entoar os cantos) será detido e levado para a delegacia. A bateria da torcida também será retirada do estádio.
“Será reprimida a questão dos xingamentos e também orientamos sobre não mencionar os nomes das torcidas organizadas. A rigor, essas torcidas já estão proibidas de frequentar os estádios”, afirma Aginaldo Oliveira.
O militar fala sobre uma ação que tramita na 36ª Vara Cível de Fortaleza. Ela versa sobre a extinção das torcidas organizadas enquanto entidades, não proibindo, no entanto, que seus integrantes frequentem os estádios. O mérito da ação ainda não tem data para ser julgado, mas uma liminar proíbe que as torcidas organizadas, equanto entidades, existam até o julgamento ocorrer.
“A gente se comprometeu a não proferir cantos de incentivo a violência. Não vamos puxar na bateria e nem cantar. A Cearamor se comprometeu a cumprir esse acordo”, afirmou Jeysivan Santos, presidente da uniformizada Cearamor.
Ainda segundo Jeysivan, foram levantados assuntos como melhorias na entrada e na saída das torcidas no estádio,
discussão sobre a volta de jogos preliminares, além da volta da venda de bebidas alcoolicas aos estádios.
“Na verdade, convidaram a gente para conversar com administradora, presidente dos clubes, secretários, federação, sobre o que pode ser feito para melhorar o
clássico como evento. A torcidas e os clubes também pediram a retirada das cadeiras da geral, algo que é unânime desde o começo do ano”, complementou.
A diretoria de relações públicas da Torcida Uniformizada do Fortaleza (Tuf), declarou que não iria se pronunciar sobre o caso.
Dirigentes de clubes se manifestam
Dirigentes de Fortaleza e Ceará também se manifestaram sobre a medida. Presidente tricolor, Jorge Mota afirma que a decisão de proibir cânticos ofensivos serve para tornar a festa mais bonita.
“O pessoal vai fazer uma festa bonita nas arquibancadas, mas sem insultos. Eles mesmos concordaram. Tudo pela paz nos estádios. Futebol é festa. Embora meio tarde, amanhã tem tudo para ser bonito, com bom público curtindo o clássico. Estão proibidos os paus de bandeira, mas bandeiras e faixas não. O que se procura mesmo é essa questão de fazer um jogo em harmonia”, comentou Jorge Mota que participou.
Vice-presidente e diretor de futebol do Ceará, Robinson de Castro faz coro ao dirigente tricolor.
“As torcidas devem ir ao estádio para torcer pelo seu
time sem insultar o adversário. Isso só provoca violência e aumenta essa indisposição com os torcedores do outro lado, acaba afastando inclusive aqueles que torcem pelo time mas não são das organizadas. Faz parte de criar uma nova cultura. Queremos resgatar a cultura de paz. É
fundamental todo o esforço e toda a conversa para reforçar essa questão. As próprias torcidas organizadas também têm dificuldades de conter todas as ações de quem faz parte do grupo”, comentou Robinson.
Fonte: O Povo
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